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Erika Kirk, viúva de Charlie Kirk, promete ampliar legado extremista nos EUA

Erika Kirk exaltou o marido, morto em campus universitário, e prometeu transformar seu movimento conservador em “grito de guerra”.

JR Vital
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JR Vital
JR Vital é jornalista e editor do Diário Carioca. Formado no Rio de Janeiro, pela faculdade de jornalismo Pinheiro Guimarães, atua desde 2007, tendo passado por...
Erika Kirk - Foto: Reprodução

A viúva de Charlie Kirk, ativista de extrema-direita e um dos principais propagadores de ódio político nos Estados Unidos, fez nesta sexta-feira (12) sua primeira declaração pública após o assassinato do marido. Kirk foi morto a tiros na última quarta-feira (10) durante um evento na Universidade do Vale de Utah. O autor dos disparos, Tyler Robinson, foi preso.

Figura conhecida pelo alinhamento incondicional ao ex-presidente Donald Trump e pela defesa radical de grupos armamentistas, Kirk foi baleado no pescoço diante de estudantes. Sua trajetória esteve marcada pela retórica agressiva contra imigrantes, minorias e instituições democráticas, consolidando-se como símbolo da extrema-direita norte-americana.

Discurso de viúva ecoa radicalismo

Em pronunciamento carregado de emoção e ameaça velada, Erika Kirk prometeu manter vivo o legado extremista do marido. “Vocês não têm ideia do fogo que acenderam dentro desta esposa. Os gritos desta viúva ecoarão pelo mundo como um grito de guerra”, declarou.

Ela exaltou o apoio de Trump e anunciou que dará continuidade às iniciativas do marido, incluindo turnês universitárias, programas de rádio e podcasts que se notabilizaram por disseminar desinformação e fomentar a divisão política no país.

Narrativa religiosa e apelo familiar

No discurso, Erika recorreu à simbologia religiosa para lidar com a perda. Contou que, ao ser questionada pela filha de três anos sobre a ausência do pai, respondeu: “Ele está em uma viagem de trabalho com Jesus, para garantir que você continue comendo seus mirtilos.”

O casal, casado desde 2021, tem dois filhos pequenos. Ao final da fala, Erika prometeu ampliar o movimento criado pelo marido: “Farei do seu movimento a maior coisa que esta nação já viu.”

Contexto político e ameaça à democracia

A morte de Charlie Kirk reacende o debate sobre o papel de extremistas que semeiam o ódio e corroem a democracia nos Estados Unidos. Ao mesmo tempo em que políticos conservadores tentam transformar Kirk em mártir, analistas alertam para o risco de fortalecimento de discursos violentos.

Para críticos, a promessa de Erika de transformar o legado do marido em um “grito de guerra” mostra a persistência de uma estratégia política baseada no confronto, na radicalização e na exploração de símbolos religiosos para legitimar a intolerância.

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JR Vital é jornalista e editor do Diário Carioca. Formado no Rio de Janeiro, pela faculdade de jornalismo Pinheiro Guimarães, atua desde 2007, tendo passado por grandes redações.