O secretário do Tesouro dos Estados Unidos, Scott Bessent, anunciou neste domingo (26) um acordo com a China para adiar restrições à exportação de terras raras e retomar a compra de soja americana. A medida, que envolve a maior e a segunda maior economia do mundo, visa reduzir as tensões comerciais que ameaçavam impactar o comércio global e a estabilidade econômica.
Entendimento bilateral reduz tensão econômica
O acordo surge em meio a uma escalada de ameaças comerciais. O então presidente Donald Trump havia sinalizado a imposição de uma tarifa adicional de 100% sobre produtos chineses a partir de 1º de novembro, caso Pequim mantivesse as restrições às exportações estratégicas de terras raras. Essas ameaças geraram preocupação em mercados financeiros e nas cadeias produtivas internacionais.
Scott Bessent, em entrevista à ABC, afirmou que o entendimento “evitou uma escalada desnecessária” e destacou que o diálogo bilateral foi fundamental para prevenir impactos mais graves no comércio mundial. Além disso, a retomada das compras de soja americana representa um alívio temporário para produtores agrícolas dos Estados Unidos, que enfrentavam queda na demanda devido às barreiras chinesas.
Implicações políticas e econômicas
Este acordo evidencia o peso estratégico das relações sino-americanas. As terras raras são essenciais para indústrias de tecnologia e defesa, enquanto a soja é um item central do agronegócio americano. Ao adiar restrições e retomar compras, Pequim e Washington buscam equilibrar interesses econômicos sem recorrer a sanções mais severas.
Entretanto, especialistas alertam que o acordo é temporário. A instabilidade econômica global, combinada com desaceleração do crescimento na China e nos EUA, pode gerar novos impasses comerciais. Nesse contexto, o entendimento reforça a necessidade de negociação contínua, evitando impactos diretos sobre economia, política e setores estratégicos internacionais.
Contexto histórico das disputas comerciais
As tensões entre Estados Unidos e China se intensificaram durante a administração Trump, quando sanções e tarifas bilaterais foram impostas sobre centenas de produtos. O setor tecnológico, agrícola e industrial foi diretamente afetado.
Especialistas em comércio internacional apontam que a China utiliza restrições de exportação de terras raras como instrumento geopolítico. O acordo com Bessent demonstra que negociações diplomáticas podem conter medidas abruptas e minimizar consequências negativas para o mercado global. Contudo, a vigilância sobre futuras decisões de ambos os países permanece crítica para empresas e governos.

