Washington – Produtores de soja dos Estados Unidos alertam que as tarifas impostas pelo governo de Donald Trump podem beneficiar diretamente o Brasil. O temor do setor agrícola é que as barreiras comerciais reduzam a competitividade americana no mercado chinês, fortalecendo os produtores brasileiros.
As críticas a Trump cresceram após o ex-presidente citar o Brasil como um dos países que impõem tarifas injustas aos Estados Unidos. Enquanto isso, o governo brasileiro busca uma solução diplomática para evitar novas sanções comerciais.
Setor agrícola dos EUA reage
Os produtores de soja americanos manifestaram preocupação com as decisões do governo Trump. Caleb Ragland, presidente da Associação de Produtores de Soja do Kentucky, afirmou que as tarifas afetam diretamente a competitividade do setor.
“As tarifas atingem nossas empresas familiares e abalam a confiabilidade comercial. Como principal cultura de exportação agrícola dos EUA, a soja sofre impactos desproporcionais”, destacou Ragland.
O setor agrícola tem sido uma das poucas áreas com superávit comercial com a China. No entanto, as barreiras tarifárias aplicadas por ambos os países podem abrir espaço para concorrentes, especialmente o Brasil.
Brasil pode ocupar espaço deixado pelos EUA
Com a imposição de uma tarifa adicional de 10% sobre produtos chineses, Pequim respondeu com retaliações, incluindo taxas sobre a soja americana. Esse cenário favorece o Brasil, que já exportou quase 69 milhões de toneladas de soja para a China em 2024, totalizando US$ 30 bilhões.
Durante a visita de Xi Jinping ao Brasil, em novembro de 2023, foram assinados 37 acordos, sendo seis diretamente ligados ao setor agropecuário. A expectativa é de um crescimento nas exportações brasileiras de milho e soja, podendo chegar a 8,9 milhões de toneladas por ano.
“Os agricultores brasileiros estão prontos para suprir qualquer demanda resultante desse conflito comercial”, afirmou Ragland.
Impactos no agronegócio global
O mercado global de commodities pode sofrer mudanças significativas caso a guerra comercial se intensifique. Especialistas apontam que o Brasil pode consolidar sua posição como maior exportador de grãos para a China, deslocando os Estados Unidos do topo da lista.
Além da soja, outros produtos agrícolas brasileiros podem ganhar espaço, gerando um impacto econômico bilionário. O Ministério da Agricultura estima que os novos acordos comerciais com a China possam alcançar US$ 500 milhões por ano.
Entenda o impacto da guerra comercial EUA x China
- Tarifas dos EUA: O governo americano impôs uma taxa adicional de 10% sobre produtos chineses.
- Retaliação da China: Pequim respondeu com tarifas sobre a soja e outras commodities agrícolas dos EUA.
- Benefício ao Brasil: Produtores brasileiros podem aumentar suas exportações de grãos para a China.
- Novos acordos: Brasil e China assinaram parcerias que podem gerar US$ 500 milhões anuais ao setor agropecuário brasileiro
