França enfrenta crise após queda de Michel Barnier

Votação histórica une esquerda e extrema-direita contra o governo.

Redacao
Por Redacao
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Michel Barnier - Foto: Wikimedia

Paris – O governo de Michel Barnier chegou ao fim após ser derrubado por uma moção de censura no Parlamento. A votação, que contou com 331 votos a favor, reuniu uma aliança improvável entre partidos de esquerda e a extrema-direita liderada por Marine Le Pen.

Com isso, o executivo liderado por Barnier se tornou o mais curto desde 1958, e o presidente Emmanuel Macron enfrenta o desafio de reestruturar o governo em meio a um cenário de incerteza política.

A crise foi desencadeada quando Barnier utilizou o artigo 49.3 da Constituição para aprovar o orçamento da segurança social sem o aval do Parlamento.

A decisão gerou forte insatisfação entre os parlamentares, que aproveitaram o momento para apresentar duas moções de censura, levando à queda do governo.

A destituição de Michel Barnier

A aprovação da moção de censura foi um marco histórico para a política francesa. Com 331 votos favoráveis, o Parlamento ultrapassou os 288 necessários para derrubar o governo. A Nova Frente Popular, representando os partidos de esquerda, e o Rassemblement National, de extrema-direita, uniram forças em uma decisão rara para forçar a saída de Barnier.

O uso do artigo 49.3 pela gestão Barnier foi central no desfecho. A medida, que permite aprovar propostas sem votação parlamentar, é considerada polêmica e foi interpretada como um golpe na democracia legislativa, o que aumentou as tensões políticas.

Impactos para o governo francês

Com a queda de Barnier, o presidente Emmanuel Macron precisará formar um governo provisório para evitar um vácuo de poder. Embora a França não enfrente o risco de paralisação administrativa, a incerteza política pode afetar os mercados financeiros e dificultar a tomada de decisões importantes.

Além disso, o calendário eleitoral traz outro obstáculo. Novas eleições legislativas só poderão ser realizadas a partir de julho, o que prolonga o impasse político. Durante esse período, Macron dependerá de um governo de gestão para conduzir o país.

Marine Le Pen critica Macron

A líder do Rassemblement National, Marine Le Pen, responsabilizou diretamente Macron pela crise política. Em entrevista ao canal TF1, Le Pen afirmou que o presidente é o principal culpado pela situação e que terá de “assumir suas responsabilidades”. Apesar das críticas, ela descartou pedir a renúncia de Macron, afirmando que acredita no aumento da pressão sobre ele nos próximos meses.

Le Pen também lamentou a necessidade de aliança com a esquerda para alcançar a vitória na moção, mas justificou a ação como uma medida necessária para proteger os interesses dos franceses.

Macron promete permanecer no cargo

Apesar da pressão, Macron reafirmou que permanecerá no cargo até o final de seu mandato, em 2027. O presidente deve se pronunciar oficialmente na quinta-feira, às 19h (horário de Lisboa), para abordar a situação e apresentar os próximos passos para superar a crise.

Entenda a queda de Michel Barnier

  • Moção de censura: O Parlamento aprovou a destituição do governo por 331 votos.
  • Aliança inédita: Esquerda e extrema-direita uniram forças contra Barnier.
  • Artigo 49.3: Aprovado orçamento da segurança social sem votação parlamentar.
  • Instabilidade política: Macron enfrentará dificuldades para formar um novo governo.
  • Calendário eleitoral: Novas eleições legislativas apenas em julho de 2024.

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Equipe de jornalistas do Jornal DC - Diário Carioca