terça-feira, setembro 23, 2025
22 C
Rio de Janeiro
InícioMundoFrança enfrenta crise após queda de Michel Barnier

França enfrenta crise após queda de Michel Barnier

Paris – O governo de Michel Barnier chegou ao fim após ser derrubado por uma moção de censura no Parlamento. A votação, que contou com 331 votos a favor, reuniu uma aliança improvável entre partidos de esquerda e a extrema-direita liderada por Marine Le Pen.

Com isso, o executivo liderado por Barnier se tornou o mais curto desde 1958, e o presidente Emmanuel Macron enfrenta o desafio de reestruturar o governo em meio a um cenário de incerteza política.

A crise foi desencadeada quando Barnier utilizou o artigo 49.3 da Constituição para aprovar o orçamento da segurança social sem o aval do Parlamento.

A decisão gerou forte insatisfação entre os parlamentares, que aproveitaram o momento para apresentar duas moções de censura, levando à queda do governo.

A destituição de Michel Barnier

A aprovação da moção de censura foi um marco histórico para a política francesa. Com 331 votos favoráveis, o Parlamento ultrapassou os 288 necessários para derrubar o governo. A Nova Frente Popular, representando os partidos de esquerda, e o Rassemblement National, de extrema-direita, uniram forças em uma decisão rara para forçar a saída de Barnier.

O uso do artigo 49.3 pela gestão Barnier foi central no desfecho. A medida, que permite aprovar propostas sem votação parlamentar, é considerada polêmica e foi interpretada como um golpe na democracia legislativa, o que aumentou as tensões políticas.

Impactos para o governo francês

Com a queda de Barnier, o presidente Emmanuel Macron precisará formar um governo provisório para evitar um vácuo de poder. Embora a França não enfrente o risco de paralisação administrativa, a incerteza política pode afetar os mercados financeiros e dificultar a tomada de decisões importantes.

Além disso, o calendário eleitoral traz outro obstáculo. Novas eleições legislativas só poderão ser realizadas a partir de julho, o que prolonga o impasse político. Durante esse período, Macron dependerá de um governo de gestão para conduzir o país.

Marine Le Pen critica Macron

A líder do Rassemblement National, Marine Le Pen, responsabilizou diretamente Macron pela crise política. Em entrevista ao canal TF1, Le Pen afirmou que o presidente é o principal culpado pela situação e que terá de “assumir suas responsabilidades”. Apesar das críticas, ela descartou pedir a renúncia de Macron, afirmando que acredita no aumento da pressão sobre ele nos próximos meses.

Le Pen também lamentou a necessidade de aliança com a esquerda para alcançar a vitória na moção, mas justificou a ação como uma medida necessária para proteger os interesses dos franceses.

Macron promete permanecer no cargo

Apesar da pressão, Macron reafirmou que permanecerá no cargo até o final de seu mandato, em 2027. O presidente deve se pronunciar oficialmente na quinta-feira, às 19h (horário de Lisboa), para abordar a situação e apresentar os próximos passos para superar a crise.

Entenda a queda de Michel Barnier

  • Moção de censura: O Parlamento aprovou a destituição do governo por 331 votos.
  • Aliança inédita: Esquerda e extrema-direita uniram forças contra Barnier.
  • Artigo 49.3: Aprovado orçamento da segurança social sem votação parlamentar.
  • Instabilidade política: Macron enfrentará dificuldades para formar um novo governo.
  • Calendário eleitoral: Novas eleições legislativas apenas em julho de 2024.

Parimatch Cassino online
Redacao
Redacaohttps://www.diariocarioca.com
Equipe de jornalistas do Jornal DC - Diário Carioca

Relacionadas

Trump elogia Lula na ONU e fala em “química excelente”

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, afirmou nesta terça-feira (23) ter se encontrado rapidamente com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) durante a abertura da Assembleia...

França reconhece Estado Palestino durante cúpula da ONU em Nova York

Macron anuncia decisão histórica em meio ao massacre em Gaza, que já deixou mais de 65 mil mortos, e defende solução de dois Estados

Trump associa paracetamol ao autismo e sugere leucovorina como tratamento, sem respaldo científico

Comunidade médica e farmacêuticas contestam declarações do presidente dos EUA, que ligou analgésico a risco de autismo em grávidas

Lula diz que ‘tirania do veto’ impede ONU de evitar atrocidades e volta a afirmar que Gaza sofre ‘genocídio’

Presidente brasileiro discursou em conferência sobre a Palestina, em Nova York, na véspera de abrir a Assembleia Geral da ONU

Reino Unido, Canadá e Austrália reconhecem Estado da Palestina

Países ocidentais anunciam reconhecimento oficial e reforçam compromisso com a solução de dois Estados.

Mais Notícias

Assuntos:

Mais Notícias