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Genocida Netanyahu avança sobre Gaza e isola Israel no mundo, Alemanha toma atitude

Jerusalém, 8 de agosto de 2025 – O governo de Binyamin Netanyahu aprovou nesta quinta-feira (7) um plano militar para ocupar integralmente a Cidade de Gaza, expulsando civis da zona urbana e restringindo ainda mais as áreas permitidas à população palestina. A decisão, tomada pelo gabinete de segurança de Israel, acentuou o isolamento diplomático do país e provocou reações duras de governos aliados.


Alemanha rompe com Netanyahu e suspende envio de armas

A resposta mais significativa veio da Alemanha. O primeiro-ministro Friedrich Merz anunciou nesta sexta-feira (8) a suspensão de todas as exportações militares que possam ser utilizadas na Faixa de Gaza. “A escalada aprovada pelo gabinete israelense torna impossível sustentar os objetivos declarados de defesa”, afirmou Merz.

O gesto representa uma mudança histórica na política externa alemã, que por décadas apoiou incondicionalmente Israel. A decisão sinaliza o fim de um pacto automático, diante da radicalização promovida por Netanyahu.


Cresce a pressão global contra o massacre

O Reino Unido, sob o governo de Keir Starmer, também condenou o plano. O premiê britânico classificou a medida como um “erro trágico” e exigiu que Netanyahu “reconsidere imediatamente”, alertando para o risco de novos massacres em Gaza.

Outros países se manifestaram com veemência:

  • Turquia exigiu que o Conselho de Segurança da ONU atue imediatamente;
  • Bélgica convocou a embaixadora israelense para prestar esclarecimentos;
  • China, Austrália, Dinamarca, Holanda e Jordânia registraram protestos formais contra o avanço militar;
  • O Hamas classificou a operação como um crime de guerra.

O alto comissário da ONU para os Direitos Humanos, Volker Türk, afirmou que o plano de Netanyahu “viola decisões da Corte Internacional de Justiça” e ataca frontalmente o direito à autodeterminação do povo palestino.


Militares e oposição israelense alertam: plano põe reféns em risco

Nem dentro de Israel o plano encontra consenso. O general Eyal Zamir, comandante das Forças de Defesa de Israel (IDF), alertou que a ofensiva pode colocar em risco a vida de dezenas de reféns ainda mantidos pelo Hamas. Estima-se que cerca de 50 israelenses estejam sequestrados, dos quais apenas 20 estariam vivos.

Famílias de reféns tomaram as ruas de Tel Aviv e outras cidades, exigindo a suspensão imediata da ofensiva e a retomada das negociações. Os protestos foram reprimidos com bombas de efeito moral pela polícia de Netanyahu.

O líder opositor Benny Gantz classificou o plano como um “fracasso político” e acusou Netanyahu de sacrificar vidas humanas para manter o controle do governo.


Netanhayu tenta impor nova ordem militar em Gaza

O plano aprovado pelo gabinete inclui cinco condições unilaterais para encerrar a guerra:

  1. Desarmamento completo do Hamas
  2. Devolução imediata dos reféns
  3. Desmilitarização de Gaza
  4. Controle militar permanente por Israel
  5. Criação de um governo civil sem participação da Autoridade Palestina

Em entrevista à Fox News, Netanyahu declarou que pretende “assumir o controle de toda a Faixa de Gaza”, com o objetivo de destruir o Hamas. Disse, porém, que não pretende manter o comando civil, prometendo transferi-lo posteriormente a uma “entidade não hostil”.

A declaração, vaga e contraditória, reforçou críticas sobre o vazio político e humanitário deixado pela destruição sistemática da infraestrutura palestina, sem plano real de reconstrução ou diálogo.


O que está em jogo

Por que o plano de Netanyahu é considerado ilegal?
A Corte Internacional de Justiça já determinou medidas contra a ofensiva israelense, que agora caminha para a ocupação total de Gaza – sem amparo jurídico internacional. A expulsão de civis viola as Convenções de Genebra.

O que motivou a ruptura alemã com Israel?
Mesmo sob governos conservadores, a Alemanha sempre financiou Israel. Mas a escalada atual cruzou limites históricos. O apoio a massacres sistemáticos tornou-se politicamente insustentável.

A ONU pode intervir?
O Conselho de Segurança está paralisado, mas a mobilização de países como Turquia, Bélgica e China aumenta a pressão por uma ação coordenada. A ONU já declarou que há violação massiva de direitos humanos.

E os reféns?
A vida dos reféns parece cada vez mais descartável diante dos objetivos políticos de Netanyahu. O resgate foi abandonado em troca de uma ofensiva que agrava a insegurança.

Há alternativas?
O cessar-fogo imediato e a retomada de negociações para uma solução de dois Estados são defendidos por parte da comunidade internacional – e por setores da própria sociedade israelense.


Um plano de extermínio disfarçado de “segurança”

O que o governo Netanyahu chama de “segurança” é, na prática, um regime militar de exceção, imposto sobre milhões de pessoas sob bombardeio, cerco e deslocamento forçado. A tentativa de eliminar o Hamas serve como justificativa para a limpeza étnica em Gaza.

A postura de países como Alemanha e Reino Unido sinaliza uma ruptura geopolítica inédita. Se governos do Norte global abandonarem Israel, Netanyahu pode se ver isolado – não apenas politicamente, mas também como réu por crimes contra a humanidade.

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Equipe de jornalistas do Jornal DC - Diário Carioca

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