Washington, 23 de junho – O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, avança com um projeto que pretende confiscar parte do dinheiro que brasileiros enviam para suas famílias no Brasil. A proposta, chamada de “One, Big, Beautiful Bill”, inclui uma taxa de 3,5% sobre todas as remessas feitas por imigrantes, sejam eles documentados ou não.
Ídolo declarado dos bolsonaristas e símbolo da extrema-direita global, Donald Trump volta a mirar seus ataques contra trabalhadores estrangeiros, especialmente latino-americanos e brasileiros. O projeto, que já foi aprovado na Câmara e agora tramita no Senado norte-americano, é mais uma ofensiva xenófoba que busca sugar recursos de quem sustenta famílias em seus países de origem.
Se for aprovado, o confisco atinge em cheio milhares de famílias brasileiras, sobretudo em regiões como o Vale do Rio Doce, em Minas Gerais, onde parte expressiva da economia depende do dinheiro enviado por parentes que vivem e trabalham nos Estados Unidos.
Em 2023, brasileiros enviaram mais de US$ 2 bilhões em remessas dos EUA para o Brasil. A nova taxação proposta pelo déspota ultradireitista pode causar um rombo significativo, forçando trabalhadores a rever projetos, suspender obras, interromper reformas e apertar ainda mais o orçamento de famílias que já vivem sob pressão econômica.
A medida também impacta duramente países da América Central e Caribe, onde as remessas representam uma fatia ainda maior do PIB. Em El Salvador, por exemplo, 24% da economia depende desses envios.
Além da ameaça econômica, a escalada repressiva do governo Trump vem aterrorizando comunidades imigrantes. Sob uma política abertamente racista e xenófoba, operações do ICE — a brutal polícia migratória norte-americana — espalham o pânico, levando trabalhadores a abandonar até atividades cotidianas, como ir a supermercados, igrejas e, agora, até casas de câmbio.
O projeto de Trump é uma tentativa clara de transformar a perseguição a estrangeiros em lucro, institucionalizando o roubo sobre trabalhadores que, já explorados, agora veem seus ganhos serem taxados de forma arbitrária e imoral.
O autocrata deu prazo até o dia 4 de julho — data simbólica da independência dos EUA — para que o Senado se curve à sua chantagem legislativa. A proposta também embute outras manobras fiscais que favorecem os ultra-ricos e penalizam trabalhadores, especialmente os não brancos.
O Diário Carioca reforça que esse tipo de ataque econômico revela, mais uma vez, o caráter colonial, racista e predatório da política externa dos Estados Unidos, que historicamente se apoia na exploração dos povos do Sul Global, enquanto exibe uma fachada de “democracia” para o mundo.
O Carioca Esclarece:
As remessas são transferências de dinheiro feitas por imigrantes que trabalham no exterior para familiares em seus países de origem. Para muitos municípios brasileiros, são uma fonte vital de sustento e desenvolvimento local.
FAQ – Perguntas Frequentes:
- O que é a nova taxa proposta por Trump?
É uma taxação de 3,5% sobre todo dinheiro enviado por imigrantes aos seus países de origem, incluindo brasileiros. - Quem será afetado?
Brasileiros que vivem nos EUA, documentados ou não, além de milhões de trabalhadores de outros países latino-americanos. - Quando a medida pode entrar em vigor?
Se o Senado dos EUA aprovar até 4 de julho, a taxa poderá começar a ser aplicada imediatamente após a sanção presidencial.
