quarta-feira, setembro 24, 2025
22 C
Rio de Janeiro
InícioMundoIêmen ameaça atacar navios dos EUA se houver ofensiva contra Irã

Iêmen ameaça atacar navios dos EUA se houver ofensiva contra Irã

Sanaã, 21 de junho de 2025 – A crise no Oriente Médio atinge novos patamares. Nesta sexta-feira, o movimento Ansarallah, conhecido como houthis, anunciou que irá atacar navios dos Estados Unidos no Mar Vermelho e no estreito de Bab al-Mandab, caso os americanos iniciem uma ofensiva militar contra o Irã.

A declaração foi feita em pronunciamento oficial pelo porta-voz das Forças Armadas do Iêmen, brigadeiro-general Yahya Saree, que classificou qualquer ataque dos EUA e de Israel contra o Irã como uma agressão direta não apenas contra Teerã, mas contra toda a região.

Alvo declarado: navios dos EUA no Mar Vermelho

Segundo o general Saree, o Iêmen considera que qualquer ação militar conjunta entre os EUA e Israel “visa impor a hegemonia sionista sobre a região”, além de tentar submeter os povos do Oriente Médio ao controle estrangeiro.

“As Forças Armadas do Iêmen estão monitorando todos os movimentos militares hostis e adotarão as medidas necessárias para proteger nossa soberania e nosso povo”, declarou.

O porta-voz reforçou que o movimento houthi está disposto a retaliar diretamente qualquer intervenção militar dos Estados Unidos contra o Irã, ampliando o risco de uma guerra regional que envolveria não apenas as grandes potências, mas também aliados locais.

Houthi se alinha ao Irã e à resistência palestina

Em seu discurso, Saree deixou claro que os houthis veem o Irã como um aliado estratégico e um parceiro na luta contra o que chamou de “projeto de dominação sionista e imperialista”.

“O Iêmen não ficará de braços cruzados diante de qualquer agressão contra um país islâmico irmão. A batalha não é apenas do Irã, não é apenas de Gaza, é de toda a nação. Estamos prontos para agir”, afirmou.

Além disso, o general vinculou diretamente a escalada atual ao cerco contra a Palestina, especialmente à situação na Faixa de Gaza, reforçando que o apoio aos palestinos faz parte da estratégia militar e política do grupo.

Tensão no Mar Vermelho cresce rapidamente

O alerta do Iêmen se soma a meses de ataques e bloqueios promovidos pelos houthis contra embarcações comerciais no Mar Vermelho, especialmente aquelas que, segundo eles, estariam ligadas a Israel ou aos seus aliados.

Desde novembro de 2023, dezenas de navios foram alvos de mísseis, drones e abordagens armadas no estreito de Bab al-Mandab, uma das rotas marítimas mais importantes do planeta. Em resposta, a Marinha dos EUA realizou bombardeios contra alvos dos houthis no território iemenita, ampliando a escalada.

Agora, a declaração deixa claro: se os Estados Unidos decidirem atacar o Irã, não serão apenas navios comerciais israelenses os alvos, mas também embarcações militares e comerciais americanas, tornando iminente o risco de uma guerra naval direta no Mar Vermelho.

Risco real de guerra regional direta

O estreito de Bab al-Mandab, que conecta o Mar Vermelho ao Oceano Índico, é um dos pontos mais estratégicos do comércio global. Cerca de 12% do comércio mundial e quase 9 milhões de barris de petróleo passam diariamente por essa rota.

Se os houthis cumprirem sua ameaça, o impacto seria imediato sobre os mercados globais, afetando o preço do petróleo, cadeias de suprimento e a estabilidade geopolítica mundial.

Além do Iêmen, cresce o alinhamento de outros atores regionais, como Irã, Síria e grupos da resistência palestina, que veem a possibilidade de um conflito aberto como uma extensão direta da luta contra Israel e seus aliados ocidentais.

O mundo observa, a crise se aprofunda

A escalada no Oriente Médio atinge níveis que não eram vistos desde as guerras do Iraque e do Afeganistão. A possibilidade de ataques a navios norte-americanos no Mar Vermelho coloca não apenas o Pentágono, mas também toda a comunidade internacional em estado de alerta máximo.

O Diário Carioca segue acompanhando os desdobramentos dessa crise que, a cada dia, aproxima o mundo de uma guerra de proporções imprevisíveis.


O Carioca Esclarece

O estreito de Bab al-Mandab, entre Iêmen e Djibuti, é uma das rotas marítimas mais estratégicas do planeta. Qualquer conflito na região impacta diretamente o comércio global e o preço do petróleo.


Perguntas Frequentes (FAQ)

Por que o Iêmen ameaça atacar navios dos EUA?
O movimento houthi declarou que qualquer ataque americano contra o Irã será visto como agressão direta e responderá mirando embarcações dos EUA no Mar Vermelho.

Quem são os houthis?
Ansarallah, conhecidos como houthis, é um movimento político e militar do Iêmen, alinhado ao Irã e que controla parte significativa do território iemenita desde 2014.

Por que o estreito de Bab al-Mandab é tão importante?
Porque conecta o Mar Vermelho ao Oceano Índico, sendo vital para o comércio global, especialmente para o transporte de petróleo e mercadorias entre Ásia, África e Europa.

Parimatch Cassino online
Redacao
Redacaohttps://www.diariocarioca.com
Equipe de jornalistas do Jornal DC - Diário Carioca

Relacionadas

Trump elogia Lula na ONU e fala em “química excelente”

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, afirmou nesta terça-feira (23) ter se encontrado rapidamente com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) durante a abertura da Assembleia...

França reconhece Estado Palestino durante cúpula da ONU em Nova York

Macron anuncia decisão histórica em meio ao massacre em Gaza, que já deixou mais de 65 mil mortos, e defende solução de dois Estados

Trump associa paracetamol ao autismo e sugere leucovorina como tratamento, sem respaldo científico

Comunidade médica e farmacêuticas contestam declarações do presidente dos EUA, que ligou analgésico a risco de autismo em grávidas

Lula diz que ‘tirania do veto’ impede ONU de evitar atrocidades e volta a afirmar que Gaza sofre ‘genocídio’

Presidente brasileiro discursou em conferência sobre a Palestina, em Nova York, na véspera de abrir a Assembleia Geral da ONU

Reino Unido, Canadá e Austrália reconhecem Estado da Palestina

Países ocidentais anunciam reconhecimento oficial e reforçam compromisso com a solução de dois Estados.

Mais Notícias

Assuntos:

Mais Notícias