22 de junho de 2025 — Teerã (Irã) — A escalada militar no Oriente Médio deu um salto perigoso neste domingo. O Parlamento do Irã aprovou uma resolução que autoriza o bloqueio total do Estreito de Ormuz, uma das rotas mais estratégicas do comércio mundial de energia, como retaliação direta aos bombardeios realizados pelos Estados Unidos contra instalações nucleares iranianas no sábado.
A decisão, que agora aguarda o aval do Conselho Supremo de Segurança Nacional e do líder supremo, aiatolá Ali Khamenei, representa uma ameaça concreta ao fluxo global de petróleo e pode gerar uma crise econômica internacional sem precedentes.
O que está em jogo com o bloqueio?
O Estreito de Ormuz, localizado entre o Irã e Omã, é responsável pela passagem de cerca de 20% de todo o petróleo comercializado no planeta. Qualquer obstrução na região impacta diretamente o abastecimento global e os preços dos combustíveis.
Desde o início da ofensiva, os preços do petróleo já dispararam. O Brent subiu 13,5%, saltando de US$ 69,36 para US$ 78,74 em apenas uma semana. O WTI também teve alta expressiva de 10,9%. Analistas alertam que, em caso de bloqueio total, o valor do barril pode ultrapassar os US$ 130, provocando recessões em várias economias.
EUA reagem e acendem alerta máximo
Diante da ameaça, os Estados Unidos, que mantêm a 5ª Frota Naval no Bahrein, emitiram alertas às empresas de transporte marítimo e às petroleiras que operam na região. A orientação é clara: redobrar a atenção contra possíveis retaliações e ataques a navios.
Agências marítimas internacionais também acionaram protocolos de emergência, enquanto países como Emirados Árabes, Arábia Saudita e Kuwait já buscam rotas alternativas para escoar sua produção de petróleo, embora as opções sejam limitadas e mais caras.
Uma velha ameaça que agora é real
O Irã já havia ameaçado fechar o Estreito de Ormuz em outras ocasiões, como em 2019, durante o governo de Donald Trump, quando os EUA se retiraram unilateralmente do acordo nuclear. Na época, a ameaça não se concretizou. Agora, no entanto, a conjuntura é muito mais grave, com um cenário de guerra aberta e múltiplas frentes de conflito.
Segundo dados da empresa de inteligência marítima Vortexa, entre 17,8 e 20,8 milhões de barris de petróleo por dia transitam pelo estreito. O fechamento dessa passagem pode representar o maior choque energético global desde a crise do petróleo nos anos 1970.
Retaliação militar já começou
Enquanto aprovava o bloqueio, o Irã também iniciou sua retaliação militar contra Israel, disparando dezenas de mísseis contra alvos em Tel Aviv, Haifa e Ness Ziona. Ao menos 23 pessoas ficaram feridas, segundo autoridades locais.
Imagens divulgadas mostram prédios destruídos e áreas inteiras danificadas, principalmente em Ramat Aviv, região norte de Tel Aviv. A ofensiva aumenta o risco de um conflito direto entre o Irã, Israel e os Estados Unidos, algo que especialistas temem que se transforme em uma guerra regional de larga escala.
Impacto imediato no Brasil e no mundo
O possível fechamento do Estreito de Ormuz já pressiona a economia global. Países como o Brasil, altamente dependentes de combustíveis fósseis importados, podem sentir o aumento imediato no preço da gasolina, diesel e gás, além de impactos no custo de alimentos e transporte.
Economistas alertam que uma disparada no preço do petróleo impacta cadeias de produção, inflação, juros e pode gerar recessão global se o bloqueio se confirmar.
O Carioca Esclarece
O Estreito de Ormuz é a principal rota de exportação de petróleo do Oriente Médio. Seu bloqueio pode paralisar cerca de 20% do comércio global de petróleo, afetando diretamente o preço dos combustíveis e a economia mundial.
FAQ
Por que o Irã quer bloquear o Estreito de Ormuz?
Como resposta aos bombardeios dos Estados Unidos contra suas instalações nucleares, o Irã quer usar o bloqueio como arma geopolítica e econômica.
Qual o impacto do bloqueio do Estreito de Ormuz?
O impacto seria devastador. Cerca de 20% do petróleo mundial passa por lá. O bloqueio pode fazer o preço do barril ultrapassar US$ 130, afetando todos os países, inclusive o Brasil.
O bloqueio já está em vigor?
Ainda não. A medida foi aprovada pelo Parlamento do Irã, mas precisa da autorização final do Conselho Supremo de Segurança Nacional e do líder supremo, aiatolá Ali Khamenei