Israel mente ao dizer que combate xiitas do Hezbollah e mata 21 em área cristã no norte do Líbano

Redacao
Por Redacao
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Beirute – Pelo menos 21 pessoas foram mortas em um bombardeio israelense que atingiu a localidade de Aito, no norte do Líbano, informou o Ministério da Saúde libanês nesta segunda-feira (14). Este foi o primeiro ataque a essa região montanhosa de maioria cristã desde o início da campanha militar de Israel contra o Hezbollah, em setembro. A Cruz Vermelha libanesa está auxiliando nas tarefas de resgate, enquanto o Exército do Líbano cercou o local.

O governo de Israel, liderado por Benjamin Netanyahu, justifica os ataques alegando que são parte de uma ofensiva contra o Hezbollah para neutralizar os lançamentos de projéteis em seu território. No entanto, o bombardeio em Aito atingiu uma área cristã, causando destruição e mortes de civis, aumentando a tensão no conflito.

Ofensiva em várias frentes

Além do ataque em Aito, outro bombardeio israelense matou 16 pessoas no sábado em uma área ao norte de Beirute, perto de redutos do Hezbollah. De acordo com a AFP, mais de 1.300 pessoas já morreram no Líbano devido aos ataques israelenses, e cerca de 700 mil foram deslocadas, segundo dados da ONU.

O Hezbollah retaliou nesta segunda-feira, lançando uma “salva de foguetes” contra a cidade de Safed, no norte de Israel. O grupo islâmico afirmou que a ação foi uma resposta aos bombardeios israelenses que atingiram civis no Líbano.

Escalada de tensões

No domingo, o Hezbollah lançou um ataque contra uma base da brigada Golani em Binyamina, no norte de Israel, matando quatro soldados e ferindo mais de 60 pessoas. O ataque foi o mais letal em território israelense desde o início do conflito em setembro. Netanyahu prometeu continuar “atacando sem piedade” o Hezbollah em todo o território libanês.

Enquanto isso, Israel também enfrenta combates intensos perto da fronteira com o Líbano, na localidade de Aita al Shaab, e interceptou projéteis e drones vindos da Síria.

Violações contra forças da ONU

A Unifil, a força de paz da ONU mobilizada no sul do Líbano, acusou o Exército israelense de disparos deliberados contra suas instalações. A organização denunciou “violações escandalosas” do direito internacional, após tanques israelenses entrarem à força em uma de suas posições. O secretário-geral da ONU, António Guterres, condenou os ataques, afirmando que podem constituir crimes de guerra.

O primeiro-ministro espanhol, Pedro Sánchez, cujo país tem tropas de paz no Líbano, declarou que não haverá retirada das forças da Unifil, apesar das exigências de Netanyahu.


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Perguntas frequentes sobre o conflito no Líbano

O que motivou os ataques de Israel ao Líbano?
Israel alega que está combatendo o grupo Hezbollah, que realiza disparos de projéteis em seu território, mas os ataques têm atingido também civis em áreas cristãs e outras regiões.

Quantos mortos o conflito já causou no Líbano?
Mais de 1.300 pessoas morreram devido aos bombardeios israelenses, e 700 mil foram deslocadas, segundo a ONU.

O que é a Unifil e por que foi atacada?
A Unifil é a força de paz da ONU no sul do Líbano. Tropas israelenses invadiram uma de suas bases, levando a uma denúncia de violação do direito internacional.

Qual foi a resposta do Hezbollah?
O Hezbollah retaliou com uma salva de foguetes contra a cidade de Safed e lançou ataques contra bases militares israelenses.

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