Brasília – Moscou – O presidente Luiz Inácio Lula da Silva viajará para a Rússia e chegará em Moscou no dia 9 de maio, data que marca o Dia da Vitória, celebração do triunfo soviético sobre a Alemanha nazista na Segunda Guerra Mundial. O encontro com o presidente Vladimir Putin está confirmado.
O planejamento da visita ocorre em um momento em que o presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, busca reaproximação com o Brasil para atuar como mediador na guerra contra a Rússia. Lula, por sua vez, afirmou que manterá uma conversa por telefone com Zelensky nos próximos dias.
Conversa diplomática entre Lula e Zelensky
Uma fonte diplomática informou que a Ucrânia fez o pedido para dialogar com Lula após declaração do chanceler ucraniano, que sugeriu que o Brasil poderia atuar como mediador. O telefonema entre os dois presidentes está previsto para ocorrer antes da viagem à Rússia.
Diplomatas brasileiros avaliam que o recente afastamento de Zelensky dos Estados Unidos, após decisão do ex-presidente Donald Trump de dificultar o diálogo entre ambos, pode reabilitar propostas de paz elaboradas pelo Brasil e China.
Brasil quer recuperar protagonismo nas negociações
O governo brasileiro considera a visita à Moscou uma estratégia para fortalecer sua influência em negociações internacionais. O próprio Lula demonstrou insatisfação com Zelensky, destacando que espera que o líder ucraniano esteja “verdadeiramente interessado na paz”.
Em janeiro, Zelensky declarou que o “trem do Brasil” como protagonista na mediação com os russos “já havia passado” e que Lula “não é mais um ‘player'” no cenário diplomático internacional.
Agora, a diplomacia brasileira acredita que a situação política nos Estados Unidos pode abrir espaço para o Brasil retomar um papel relevante nas discussões sobre a guerra no leste europeu.
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Entenda o caso: Brasil e a guerra na Ucrânia
- Lula viajará para a Rússia e se reunirá com Vladimir Putin no Dia da Vitória;
- O Brasil busca atuar como mediador entre Rússia e Ucrânia;
- Lula terá um telefonema com Volodymyr Zelensky antes da viagem;
- Diplomatas avaliam que o afastamento de Donald Trump pode favorecer as propostas de paz do Brasil e da China;
- Zelensky afirmou que o Brasil “perdeu o timing” para mediação, mas voltou a procurar o governo brasileiro.