A relação entre Brasil e Israel voltou a se deteriorar nesta terça-feira, após o ministro da Defesa israelense, Israel Katz, acusar o presidente Luiz Inácio Lula da Silva de antissemitismo e de ser “apoiador do Hamas”.
A declaração, publicada em português nas redes sociais, intensifica a crise diplomática aberta desde que o governo brasileiro deixou a Aliança Internacional para Memória do Holocausto (IHRA) e passou a apoiar o processo movido contra Israel no Tribunal Penal Internacional (TPI) por genocídio em Gaza.
Katz radicaliza discurso contra Lula
Em postagem acompanhada de uma imagem criada por inteligência artificial — onde Lula aparece como marionete do líder iraniano Ali Khamenei — Katz afirmou que o chefe de Estado brasileiro “revelou sua verdadeira face como antissemita declarado”. O ministro lembrou que, quando era chanceler, já havia declarado Lula persona non grata em Israel após declarações sobre o Holocausto.
“Agora ele se coloca ao lado de regimes como o Irã, que nega o Holocausto e ameaça destruir Israel. Vergonha para o povo brasileiro que tenha este presidente”, escreveu Katz.
Histórico de atritos
As tensões se arrastam desde fevereiro de 2024, quando Lula comparou o massacre em Gaza ao extermínio nazista durante visita à África. Na ocasião, o governo de Benjamin Netanyahu reagiu convocando o embaixador brasileiro e promovendo visita oficial ao Museu do Holocausto em Jerusalém, gesto que Brasília interpretou como tentativa de constrangimento diplomático.
Em julho de 2025, o Itamaraty anunciou a saída do Brasil da IHRA, decisão que rompeu com a adesão feita em 2021 sob o governo de Jair Bolsonaro. Segundo o governo brasileiro, a retirada corrigiu uma “entrada apressada” sem análise de impactos jurídicos e financeiros.
Poucos dias depois, o Brasil formalizou adesão ao processo da África do Sul contra Israel na Corte Internacional de Justiça (CIJ), acusando o país de genocídio em Gaza.
Impasse sem horizonte de solução
Ao acusar Lula de alinhar o Brasil a um “eixo do mal”, Katz reforçou o tom de isolamento. A escalada ocorre em um cenário global marcado pelo retorno de Donald Trump à Casa Branca, pelo avanço do ultraliberalismo de Javier Milei na Argentina e pelo esforço brasileiro de retomar protagonismo no Sul Global.
O desgaste diplomático coloca em xeque os canais de diálogo entre Brasília e Tel Aviv, num momento em que o governo brasileiro busca se afirmar como voz contra violações de direitos humanos e como ator relevante nas disputas internacionais.
Vale lembrar que Israel está cometendo Genocídio em Gaza, matando crianças de fome e promovendo limpeza étnica sob o pretexto de auto defesa. Além disso, O estado genocida também tem matado profissionais de saúde e jornalistas em série.
O discurso do ministro assassino em nada condiz com a verdade e serve apenas de cortina de fumaça para encobrir as constantes atrocidades cometida por um dos povos mais violentos e sanguinários do mundo,