O presidente colombiano, Gustavo Petro, convocou o embaixador Daniel García Peña de volta aos Estados Unidos após as ameaças e o corte da ajuda financeira ao país anunciados por Donald Trump. O Ministério das Relações Exteriores informou que o diplomata já está em Bogotá e que, nas próximas horas, o governo divulgará “as decisões tomadas a respeito”.
Trump suspende ajuda e agrava crise diplomática
Ontem, Trump anunciou a suspensão de “pagamentos e subsídios em larga escala” à Colômbia. Na rede Truth Social, acusou Petro de “fomentar” a produção de drogas e chamou-o de “líder narcotraficante” sem apresentar provas. Segundo ele, o objetivo seria “vender grandes quantidades do produto aos Estados Unidos, causando morte, destruição e caos”.
Em resposta, Petro afirmou de forma incisiva que “você é grosseiro e ignorante em relação à Colômbia. Se eu não sou um empresário, muito menos um traficante de drogas, não há ganância em meu coração”. Também acusou Trump de ter sido “enganado por seus camaradas e assessores”, sugerindo que ele “leia a Colômbia com atenção e determine de que lado estão os traficantes e de que lado estão os democratas”. Finalizou reforçando seu compromisso socialista e humanitário: “não estou no ramo, como você: sou socialista. Acredito na ajuda humanitária e no bem comum da humanidade, o maior de todos — a vida, ameaçada pelo seu petróleo”.
Acusações em meio a ofensiva militar dos EUA no Caribe
As trocas ocorrem no contexto de uma escalada das operações militares estadunidenses na região do Caribe. Petro denunciou que uma embarcação colombiana foi atingida em uma dessas ações, resultando na morte do pescador Alejandro Carranza. O presidente classificou o incidente como “uma violação da soberania nacional”.
“O pescador Alejandro Carranza não tinha ligação com o narcotráfico; sua atividade diária era a pesca. O barco colombiano estava à deriva e ativou o sinal de falha devido a um problema no motor. Estamos aguardando uma explicação do governo dos EUA”, afirmou Petro.
Desde agosto, os Estados Unidos posicionam navios de guerra no Caribe, realizando pelo menos sete ataques que causaram 27 mortes até o momento. Segundo o Pentágono, a ofensiva mira o Exército de Libertação Nacional e o governo da Venezuela, embora Caracas negue envolvimento com o tráfico e acuse Trump de usar o pretexto para justificar uma mudança de regime visando controlar as reservas petrolíferas locais.

			
		
		
		
		
		
		
		
		
                               
                             
		
		
		
		
		
		
		
		