Donald Trump - Foto: @WhiteHouse/Fotos Públicas

Washington, 29 de maio de 2025 – O espetáculo populista de Donald Trump mal começou e já cobra a conta. O Produto Interno Bruto (PIB) dos Estados Unidos caiu 0,2% no primeiro trimestre de 2025, segundo revisão oficial divulgada hoje pelo Departamento de Comércio, consolidando o primeiro tombo da economia norte-americana desde 2022. A queda, ainda que ligeiramente menor do que os 0,3% estimados inicialmente, revela o impacto precoce da volta do trumpismo ao comando da Casa Branca.

Com Donald Trump reassumindo o poder em 20 de janeiro, o trimestre em questão reflete os primeiros efeitos de uma administração que voltou com a promessa de “recuperar a grandeza americana” — à base de tarifas punitivas, isolacionismo econômico e bravatas contra o livre-comércio. A realidade, como mostram os dados, é menos gloriosa e mais preocupante.

Importações disparam, economia patina

Segundo o próprio governo, o recuo se deve principalmente ao aumento das importações — um paradoxo gritante para um presidente que vocifera contra a “invasão de produtos estrangeiros”. A desculpa oficial é que o impacto foi suavizado por algum crescimento nos investimentos e no consumo doméstico, mas até mesmo esses dados foram inferiores ao esperado.

O índice de gastos com consumo pessoal (PCE), que exclui alimentos e energia, cresceu 3,4%, ligeiramente abaixo da expectativa de 3,5%. Esse indicador é crucial para medir a disposição da população em gastar — e a confiança no futuro econômico. Um resultado morno indica que nem mesmo os próprios americanos estão comprando o show de ilusionismo econômico trumpista.

Analistas frustrados, mercados apreensivos

As previsões do mercado, como as consolidadas pela Refinitiv, apostavam em uma alta de 0,2% no trimestre. A realidade jogou água fria nos ânimos de investidores e empresários. A queda, ainda que discreta, sinaliza que o cenário otimista desenhado por Wall Street pode se dissolver diante das decisões políticas erráticas e das ameaças de guerra tarifária que Trump tanto adora protagonizar.

Para quem ainda duvidava que a retórica incendiária tem efeitos concretos, o relatório do Departamento de Comércio é uma aula prática. A antecipação de estoques no fim de 2024 — uma corrida para se proteger do tsunami tarifário — já havia inflado artificialmente o crescimento de 2,4% no último trimestre de Joe Biden. Agora, o estouro da bolha chegou.

Trumpismo econômico: espetáculo à parte, desastre na prática

O retorno de Donald Trump representa muito mais do que uma mudança de governo: é uma reversão ideológica com consequências econômicas reais. A obsessão com tarifas, muros e slogans fáceis (“America First”) mascara a falta de estratégia econômica sustentável. A realidade é que o protecionismo desmedido tende a encarecer produtos, afetar cadeias de produção e minar a competitividade de empresas americanas — justamente o oposto do que prometem os marqueteiros republicanos.

A queda no PIB é, portanto, o sintoma de um modelo de gestão que prioriza o espetáculo sobre a eficiência. Ao invés de consolidar a recuperação econômica iniciada sob Joe Biden, o governo Trump parece empenhado em sabotar o próprio motor de crescimento com decisões populistas e imprevisíveis.

Próximos dados e expectativa sombria

O governo deve divulgar uma nova revisão das atividades econômicas entre janeiro e março no fim de junho, mas dificilmente os dados trarão boas notícias. O estrago simbólico já está feito: a confiança na capacidade de Trump gerir a maior economia do mundo começa a se desfazer, desta vez mais rápido do que em seu primeiro mandato.

Enquanto isso, o mundo observa com apreensão. A saúde da economia norte-americana tem efeitos globais, e a instabilidade causada pelo trumpismo pode desatar consequências geopolíticas de longo alcance. Para aliados e rivais, uma coisa é certa: os Estados Unidos voltaram ao palco do imprevisível.

O Carioca esclarece

1. O que provocou a queda do PIB dos EUA em 2025?
Principalmente o aumento das importações e o fim do efeito inflado dos estoques de 2024. As políticas iniciais de Trump contribuíram para a retração.

2. O que é o índice PCE citado na matéria?
É o índice de gastos com consumo pessoal, um dos principais termômetros da economia americana para medir a demanda interna.

3. Essa queda no PIB é sinal de recessão?
Ainda não. A retração foi pontual, mas acende alertas. Se houver queda em mais trimestres, os EUA podem entrar tecnicamente em recessão.

4. O retorno de Trump impacta a economia global?
Sim. A postura agressiva do presidente afeta o comércio internacional e gera incerteza nos mercados mundiais.

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JR Vital - Diário Carioca

JR Vital

JR Vital é jornalista e editor do Diário Carioca. Formado no Rio de Janeiro, pela faculdade de jornalismo Pinheiro Guimarães, atua desde 2007, tendo passado por grandes redações.

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