Washington — 9 de julho de 2025 – O governo dos Estados Unidos impôs sanções à relatora especial da ONU Francesca Albanese após suas denúncias sobre genocídio praticado por Israel em Gaza.
Ditadura diplomática
A máscara caiu. O governo de Donald Trump, criminoso sexual condenado, decidiu transformar em política oficial o ataque sistemático à comunidade internacional e à defesa dos direitos humanos. Nesta quarta-feira (9), o Departamento de Estado dos EUA impôs sanções diretas à jurista italiana Francesca Albanese, relatora especial da ONU para os Territórios Palestinos Ocupados. Seu “crime”: denunciar publicamente o genocídio em Gaza.
A medida foi anunciada pelo secretário de Estado, Marco Rubio, em tom de guerra: “Hoje estou impondo sanções à relatora por sua campanha ilegítima contra os EUA e Israel”. O alvo, no entanto, não é apenas uma mulher com coragem institucional. É a própria possibilidade de responsabilizar, juridicamente, as potências cúmplices de massacres.
Sanções como mordaça
As sanções, sem qualquer amparo jurídico internacional, visam impedir que Albanese pressione o Tribunal Penal Internacional (TPI) por ações contra autoridades e empresas ligadas ao aparato militar israelense. O Departamento de Estado acusa a relatora de “antissemitismo” e “guerra econômica”, numa retórica tão distorcida quanto perversa. A tentativa é clara: intimidar qualquer investigação independente sobre os crimes sistemáticos contra o povo palestino.
Cúmplices do extermínio
Não é a primeira vez que Washington age como sócio do horror. Nos últimos anos, Trump e seus operadores atacaram diretamente o TPI, impuseram sanções a procuradores e ameaçaram cortar fundos de agências da ONU que mantêm algum grau de independência. Agora, a ofensiva chega ao paroxismo: punir quem ousa dar nome ao massacre — apartheid, limpeza étnica, genocídio.
Francesca Albanese, por sua vez, não recuou. Em seu último relatório, apresentado ao Conselho de Direitos Humanos da ONU, ela acusa Israel de utilizar Gaza como laboratório de armas e experimentação de tecnologias de vigilância. Denuncia ainda o papel ativo de empresas privadas na sustentação da ocupação e do extermínio.
Apartheid à prova pública
A relatora qualificou o regime israelense como “apartheid colonial” e alertou que o cerco humanitário imposto à Faixa de Gaza é uma política deliberada de fome, deslocamento forçado e extermínio. Em resposta, os EUA exigiram sua destituição imediata e alertaram a ONU sobre possíveis “consequências institucionais” se ela não for silenciada.
O texto da Casa Branca enviado a António Guterres é cristalino: ameaça, coação e chantagem. Diz que a relatora “envergonha” as Nações Unidas e alega que sua atuação é “inaceitável”. A meta é transformar as estruturas internacionais em departamentos auxiliares da política externa americana.
A verdade é insubordinada
Mesmo sob pressão brutal, Albanese mantém firme sua denúncia. O silêncio institucional seria cúmplice. E a tentativa de criminalizar uma relatora da ONU por falar a verdade revela o tipo de regime que se consolida em Washington: um despotismo ultradireitista, armado até os dentes, decidido a esmagar qualquer voz que ameace a impunidade dos seus aliados.
O Diário Carioca Esclarece
- Francesca Albanese: Jurista italiana, relatora especial da ONU para os Territórios Palestinos Ocupados desde 2022.
- Genocídio em Gaza: Termo jurídico usado para descrever o massacre sistemático da população palestina por Israel, denunciado por diversas organizações.
- Sanções unilaterais: Medida imposta por um Estado, neste caso os EUA, sem respaldo jurídico internacional, para pressionar ou punir atores diplomáticos.
- Tribunal Penal Internacional (TPI): Corte internacional responsável por julgar crimes de guerra, crimes contra a humanidade e genocídio.
FAQ (Perguntas Frequentes)
O que motivou as sanções contra Francesca Albanese?
Suas denúncias contra Israel por genocídio em Gaza e sua defesa de ações no Tribunal Penal Internacional.
Sanções dos EUA contra relatora da ONU são legais?
Não. Não há respaldo jurídico para que um Estado sancione representantes oficiais da ONU no exercício do mandato.
Albanese será afastada do cargo?
Até o momento, não. Seu mandato foi renovado, apesar das pressões dos EUA por sua demissão.