Nova Jersey, 13 de julho de 2025 – Donald Trump foi vaiado por milhares de torcedores ao aparecer no telão da final do Mundial de Clubes, no MetLife Stadium.
A imagem foi retirada às pressas. A situação foi semelhante a que Bolsonaro costuma rotineiramente passar no Brasil.
Trump tenta surfar no futebol — mas ouve o que não quer
O MetLife Stadium estava lotado. Chelsea e Paris Saint-Germain decidiam o título do Mundial de Clubes, mas antes mesmo do apito inicial, um gesto político escancarou a fratura entre imagem e recepção. Donald Trump surgiu nos telões pouco antes da execução do hino. A reação foi imediata e ruidosa. Vaias, insultos, assobios. O rosto do presidente norte-americano durou menos de um minuto. A transmissão foi cortada. Nenhuma menção oficial à presença dele no estádio voltou a ser feita.
Na tribuna, Trump estava ladeado por Melania e pelo presidente da FIFA, Gianni Infantino. Os dois mantêm relação próxima — e publicamente assumida. Desde o anúncio do novo formato da Copa de 2026, que será sediada em parte pelos EUA, Trump tenta se colar ao futebol internacional. Não pela paixão, mas pelo cálculo político. O gesto de hostilidade do público mostrou que o verniz promocional não esconde a rejeição enraizada.
A FIFA se rende ao populismo — e perde o controle da narrativa
Infantino não economizou elogios. Na véspera da final, deu entrevista diretamente da Trump Tower, um gesto inédito e ruidoso para os padrões da entidade. Disse que o republicano teria instalado uma trave no jardim da Casa Branca e “abraçado de imediato” a ideia do Mundial de Clubes com 32 times. Chamou Trump de “visionário”, mesmo sabendo que o futebol global nunca foi prioridade para a extrema-direita norte-americana.
A encenação caiu por terra diante da resposta espontânea dos torcedores. O público que lotou o estádio não aceitou a tentativa de instrumentalização da partida por um governo acusado de racismo, autoritarismo e negacionismo climático. A rejeição foi política, mas também moral.
O futebol internacional entre capital e legitimidade
Trump buscava, com essa aparição, reverter uma série de desgastes recentes. As tarifas impostas a países latino-americanos e asiáticos, o discurso xenofóbico em campanha e o apoio a projetos anti-imigrantes têm isolado sua figura mesmo em eventos de apelo global. A FIFA, por sua vez, mostra que segue comprometida com quem tem poder — não com quem tem legitimidade.
Ao associar o futebol internacional a um político polarizador, a entidade expõe a própria crise de representação. A Copa de 2026 promete ser o maior evento esportivo da década. Mas começa cercada por contradições éticas e geopolíticas.
Perguntas e Respostas
Trump estava no estádio?
Sim. Ele assistiu à final no MetLife Stadium, como convidado de honra da FIFA.
Por que sua imagem foi retirada do telão?
A reação hostil da torcida forçou os organizadores a cortarem a transmissão para evitar maior constrangimento.
Qual a relação de Trump com a FIFA?
Gianni Infantino tenta aproximar a FIFA do governo dos EUA visando a Copa de 2026, mas enfrenta críticas por isso.
A FIFA reagiu às vaias?
Não oficialmente. Após a repercussão negativa, não houve novos registros visuais de Trump durante a partida.
A rejeição pode afetar a Copa de 2026?
Pode. O episódio evidencia tensões políticas que desafiam a tentativa de neutralizar o evento globalmente.

