Kiev – 24 de agosto de 2025 – O presidente Volodymyr Zelensky afirmou neste domingo, durante as celebrações do Dia da Independência da Ucrânia, que o país não cederá territórios à Rússia e que o fim da guerra não virá por meio de um acordo de paz, mas com a vitória ucraniana.
Bandeira como símbolo de resistência
Na véspera, no Dia da Bandeira Nacional, Zelensky já havia destacado que o símbolo ucraniano “é o objetivo e sonho para muitos cidadãos em territórios temporariamente ocupados”. Em pronunciamento neste domingo, diante do Monumento à Independência em Kiev, ele reiterou que “não entregaremos a nossa terra ao ocupante”.
Vestindo uniforme militar, o presidente declarou que a bandeira representa “tudo o que é mais caro a centenas de milhares dos nossos guerreiros”, ressaltando que a invasão russa, iniciada em 24 de fevereiro de 2022, significou o “renascimento” da nação.
“Uma nova nação apareceu no mundo em 24 de fevereiro às 4 horas da manhã. Não nasceu, mas renasceu. Uma nação que não chorou, não fugiu, não desistiu”, disse Zelensky.
Nenhuma concessão à Rússia
O presidente rejeitou qualquer acordo que implique a manutenção da ocupação russa em regiões do leste e sul da Ucrânia, bem como na Crimeia, anexada em 2014.
“Não vamos nos sentar à mesa de negociações por medo, com uma arma apontada para nossas cabeças. O que para nós é o fim da guerra? Costumávamos dizer: paz. Agora dizemos: vitória”, declarou.
Pressão diplomática e divergências com Trump
Enquanto Kiev endurece a posição, cresce a pressão internacional. Na última terça-feira (19), o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, declarou que a Ucrânia “ficará com muito território” em eventual negociação com Vladimir Putin, mas sem detalhar quais regiões. Ele também afirmou que a segurança ucraniana não seguirá “nos moldes da Otan”.
A Casa Branca confirmou que estão em preparação conversas trilaterais entre Trump, Zelensky e Putin. A declaração norte-americana, contudo, provocou críticas internas na Ucrânia e reforçou a linha dura do governo de Kiev contra concessões.
Cenário militar e perspectivas
Forças ocidentais avaliam que a Rússia avança lentamente em sua ofensiva no leste e sul, em combates comparados a trincheiras da Primeira Guerra Mundial. A expectativa em Kiev é de uma guerra prolongada, marcada pelo desgaste humano e pela crise energética que se agravará com a chegada do inverno.
Ao transformar o Dia da Independência em um ato de reafirmação da soberania, Zelensky deixou claro que a Ucrânia não aceitará uma paz imposta pela força.
A mensagem confronta não apenas o Kremlin, mas também pressões externas que buscam encerrar o conflito à custa de concessões territoriais. Para Kiev, o fim da guerra só terá um nome: vitória.