Brasília – O presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União Brasil-AP), declarou nesta quarta-feira (19) que a anistia aos envolvidos nos ataques de 8 de janeiro não está em discussão e não faz parte das prioridades do Congresso. A afirmação contraria os interesses do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), que tem mobilizado aliados para aprovar a medida.
“Isso [anistia] não é um assunto que estamos debatendo. Quando tocamos nesse tema a todo instante, damos a oportunidade de dividir a sociedade em algo que não é prioridade dos brasileiros”, afirmou Alcolumbre a jornalistas.
Bolsonaro pressiona por anistia
Na terça-feira (18), horas antes de ser denunciado pela Procuradoria-Geral da República (PGR), Bolsonaro esteve no Senado para tratar do tema com aliados. Ele afirmou que “na Câmara já tem quórum para aprovar a anistia”, sugerindo avanço no Legislativo.
Se aprovado, o projeto poderia beneficiar não apenas os envolvidos nos atos de 8 de janeiro, mas também o ex-presidente em caso de eventual condenação.
Senado descarta avanço da proposta
A declaração de Alcolumbre reforça um posicionamento que antes era restrito aos bastidores. Durante sua campanha para retornar à presidência do Senado, ele já havia indicado que não apoiaria a tramitação do projeto de anistia.
Pouco depois de sua declaração, o senador abriu a primeira sessão plenária do ano e destacou a necessidade de focar em pautas concretas para a população. “Só assim o Senado dará exemplo para a sociedade de que estamos dedicados às questões do mundo real”, afirmou.
Repercussão da declaração
Ao ser questionado sobre a denúncia da PGR contra Bolsonaro, Alcolumbre evitou polêmicas e disse confiar no Judiciário. Ele destacou a importância da ampla defesa e ressaltou que o país “não precisa de embates radicais”.
A declaração reforça o afastamento entre parte do Congresso e o ex-presidente, que segue pressionando aliados para evitar que seus apoiadores sejam punidos pelos atos antidemocráticos.