Brasília, 20 de agosto de 2025 – O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), deu prazo de 48 horas para que o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) explique documento encontrado pela Polícia Federal (PF) em seu celular, que formalizaria um pedido de asilo político urgente ao presidente da Argentina, Javier Milei. O achado reforça suspeitas de que o ex-mandatário planejava fugir do país em meio às investigações sobre a tentativa de golpe de Estado.

Documento encontrado e contexto
O arquivo, em formato editável, sem data e assinatura, trazia argumentos de perseguição política e citava tratados internacionais de direitos humanos. Solicitava proteção do governo argentino em regime de urgência, alegando risco à vida de Bolsonaro e iminência de prisão decretada no Brasil. Metadados indicam criação em 10 de fevereiro de 2024, com modificação dois dias depois, e identificação da autora como Fernanda Bolsonaro, nora do ex-presidente e esposa do senador Flávio Bolsonaro.

Evidências de articulação
Além do rascunho do pedido de asilo, a PF extraiu mensagens e áudios apagados de Bolsonaro, incluindo conversas com Silas Malafaia e Eduardo Bolsonaro, que mostram estratégias de pressão sobre integrantes do STF. Malafaia também foi alvo de apreensão de celular e passaporte ao desembarcar no Aeroporto do Galeão, no Rio de Janeiro, e prestou depoimento à PF como suposto “orientador” político das ações do ex-presidente e do deputado.
Impacto sobre prisão domiciliar
Com as novas evidências, o STF avaliará se Bolsonaro violou condições da prisão domiciliar que cumpre atualmente. O prazo de 48 horas concedido por Moraes para que o ex-presidente apresente explicações sobre o documento é visto como crucial para a continuidade das investigações e para impedir qualquer tentativa de fuga.