O ministro Alexandre de Moraes, do STF, determinou nesta sexta-feira a prisão do deputado Alexandre Ramagem. A medida ocorreu após suspeitas da Polícia Federal de que Ramagem deixou o Brasil clandestinamente. Condenado na trama golpista, o parlamentar está em Miami sem autorização e sem comunicar a Câmara dos Deputados.
Sua viagem infringe decisão do Supremo que impedira sua saída do país. Investigadores da PF apontam que ele teria cruzado a fronteira por país vizinho, evitando fiscalização, antes de embarcar para os Estados Unidos. A Câmara confirmou não ter recebido pedido formal para a viagem e esclareceu que o deputado não atua em missão oficial.
Mesmo durante suposto afastamento justificado por atestados médicos entre setembro e dezembro, Ramagem participou de votações parlamentares, segundo registros oficiais.
O PSOL solicitou ao STF e à PF a prisão preventiva de Ramagem e outros condenados do grupo golpista. Para o partido, a suspeita de fuga reforça o risco de evasão por líderes com acesso a recursos e influência política. O pedido inclui ainda nomes como Almir Garnier, Augusto Heleno, Paulo Sérgio Nogueira e Anderson Torres. O PSOL demandou medidas para localizar e repatriar Ramagem, incluindo possíveis pedidos de extradição ou cooperação internacional.
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Antes de ser eleito deputado, Ramagem atuou como delegado da PF em Roraima, o que reforça as suspeitas sobre seu conhecimento de rotas clandestinas na fronteira. As investigações indicam que ele teria viajado a Boa Vista e seguido de carro até a fronteira antes de sair do país.
Segundo a TV Globo, a prisão preventiva de Ramagem já havia sido decretada por Moraes antes do pedido do PSOL. Ramagem foi condenado a 16 anos, 1 mês e 15 dias pelos crimes de organização criminosa, tentativa de golpe e abolição violenta do Estado Democrático.
O Supremo determinou que ele entregasse seu passaporte e permanecesse no Brasil durante a fase de recursos. O primeiro embargo foi negado, e sua execução penal pode ocorrer em breve.
O caso agravou-se ao ser revelado que, dois dias antes da ordem de prisão, Ramagem solicitou roaming internacional para votar remotamente proposta do PL. As normas da Câmara vetam o exercício do mandato no exterior, reforçando as suspeitas da PF sobre a saída clandestina.




