Brasília — 3 de agosto de 2025 — A nova pesquisa Datafolha mostra que o vice-presidente Geraldo Alckmin (PSB) ganhou força como possível sucessor do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) nas eleições de 2026, superando o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, nas preferências dos eleitores que esperam uma indicação do atual mandatário.
Alckmin ultrapassa Haddad como favorito entre eleitores lulistas
De acordo com o levantamento, Alckmin subiu de 18% para 26% entre os eleitores que acreditam que Lula deve indicar um sucessor. No mesmo recorte, Fernando Haddad caiu de 37% para 29%. O crescimento do vice é atribuído ao destaque recente na condução da crise diplomática com os Estados Unidos (EUA), após o aumento de tarifas imposto pelo presidente Donald Trump a produtos brasileiros.
Mesmo sem conseguir barrar as medidas, a atuação de Alckmin nas negociações com autoridades americanas foi bem avaliada por setores do governo, que o veem como figura moderada e confiável dentro do Palácio do Planalto.
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Base aliada busca alternativas, mas nomes seguem atrás nas intenções
Outras opções dentro da base governista ainda enfrentam dificuldade para se firmar. A ministra do Planejamento, Simone Tebet, aparece com 13% das menções, enquanto o ministro da Casa Civil, Rui Costa, registra 5%, e a presidente do PT, Gleisi Hoffmann, apenas 3%.
Já Fernando Haddad sofre com desgaste no Congresso Nacional, agravado por medidas impopulares como o aumento do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF). A avaliação negativa tem dificultado sua consolidação como principal nome da sucessão governista.
Direita sem Bolsonaro aposta em nomes da família e Tarcísio
Na oposição, Jair Bolsonaro (PL) permanece inelegível até 2030, mas mantém 30% de apoio como nome preferido da direita. Apesar disso, 67% dos eleitores afirmam que ele deveria apoiar outro candidato. Entre os cotados, destacam-se Michelle Bolsonaro (23%) e o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (21%), seguidos por Eduardo Bolsonaro (11%) e Flávio Bolsonaro (9%).
Tabela — Intenção de voto para sucessão de Lula (entre eleitores pró-indicação)
| Nome | Percentual (2025) |
|---|---|
| Fernando Haddad | 29% |
| Geraldo Alckmin | 26% |
| Simone Tebet | 13% |
| Rui Costa | 5% |
| Gleisi Hoffmann | 3% |
Fonte: Datafolha (2025), levantamento realizado nos dias 29 e 30 de julho com 2.004 entrevistados em 130 municípios. Margem de erro de dois pontos percentuais.
Tabela — Sucessão à direita após inelegibilidade de Bolsonaro
| Nome | Percentual (2025) |
|---|---|
| Michelle Bolsonaro | 23% |
| Tarcísio de Freitas | 21% |
| Eduardo Bolsonaro | 11% |
| Flávio Bolsonaro | 9% |
Fonte: Datafolha (2025), mesma amostra do levantamento anterior.
Entenda o embate entre Haddad e Alckmin pela sucessão de Lula
Por que Alckmin passou a ser visto como alternativa viável?
A atuação diplomática recente de Geraldo Alckmin diante do aumento de tarifas dos Estados Unidos reforçou sua imagem de equilíbrio e capacidade de negociação, atributos valorizados em um possível sucessor de Lula.
Qual o motivo da queda de Haddad nas preferências?
O ministro da Fazenda enfrenta resistência crescente no Congresso Nacional e teve sua imagem desgastada por medidas econômicas impopulares, como o aumento do IOF.
Há consenso no governo sobre a escolha do sucessor?
Ainda não. A base aliada está fragmentada e diferentes alas do Partido dos Trabalhadores (PT) e partidos coligados defendem nomes diversos, com destaque para Alckmin, Haddad e Tebet.
O favoritismo de Alckmin representa ruptura com o PT?
Não necessariamente. Apesar de ser filiado ao PSB, Alckmin mantém diálogo constante com lideranças petistas e atua de forma integrada ao governo.
Quais os próximos passos do PT na definição do sucessor?
A legenda deve intensificar as articulações internas nos próximos meses, buscando uma candidatura de consenso até o final de 2025, segundo lideranças partidárias ouvidas pelo Diário Carioca.
Possíveis desdobramentos na disputa pela sucessão
O fortalecimento de Geraldo Alckmin como plano B pode alterar o equilíbrio de forças dentro do governo e forçar o PT a reavaliar sua estratégia sucessória. A manutenção da alta rejeição ao ministro Fernando Haddad, somada à popularidade crescente de Alckmin, tende a ampliar o debate sobre o perfil desejado para dar continuidade ao atual projeto político. Nos bastidores, líderes partidários admitem que o vice-presidente passou a ser visto como um nome com potencial de unificação do campo governista em 2026.
