Após a aprovação do chamado PL da Dosimetria no Congresso Nacional, o presidente Lula prepara uma surpresa para Jair Bolsonaro no próximo 8 de janeiro, quando se completam três anos da tentativa de golpe que levou à condenação do ex-presidente a 27 anos e 3 meses de prisão.
O projeto foi aprovado no último dia 17 no Senado, fruto de acordo entre o Centrão e a base bolsonarista, com aval que teria incluído até mesmo o Supremo Tribunal Federal (STF) e o líder do governo na Casa, senador Jacques Wagner (PT-BA).
Na sexta-feira (19), Lula afirmou que vetará a lei, cuja finalidade seria reduzir a pena de Bolsonaro na Superintendência da Polícia Federal (PF), em Brasília.
“Tenho dito que as pessoas que cometeram crime contra a democracia brasileira terão que pagar pelos atos cometidos contra o país. Nem terminou o julgamento ainda e já resolvem diminuir a pena. Com todo respeito ao Congresso, na hora que chegar na minha mesa, eu vetarei”, declarou o presidente.
“O Congresso tem o direito de fazer as coisas, eu tenho o direito de vetar, eles têm o direito de derrubar o meu veto”, acrescentou Lula, que tem até 13 de janeiro para decidir sobre a lei. No entanto, a decisão deve ser antecipada para coincidir com o dia 8 de janeiro.
Sinalização de Lindbergh Farias
O líder do governo na Câmara, Lindbergh Farias (PT-RJ), publicou vídeo nas redes sociais neste domingo (21) dando pistas sobre a estratégia de veto. Segundo ele, o projeto aprovado não representa dosimetria, mas uma blindagem para golpista.
“Eu acho que o presidente Lula tem que vetar no dia 8 de janeiro. Mas eu estou falando isso para você porque a gente tem que se mobilizar. Porque se o presidente Lula veta naquele dia, que foi a data de tentativa de golpe contra a democracia, a mobilização popular é essencial”, afirmou Lindbergh.
Ele destacou que o Congresso poderá analisar o veto em fevereiro e, eventualmente, derrubá-lo, amenizando a pena de Bolsonaro. “Essa vai ser uma disputa central do ano. Vamos derrotar esse projeto que não é dosimetria, é blindagem para golpista”, acrescentou.
