Depois da porta arrombada?

Após repulsa popular, deputados admitem arrependimento por votar na PEC da Blindagem e se desculpam

Parlamentares pedem desculpas a eleitores e partidos; alguns afirmam que foram “covardes” ao ceder à pressão.

JR Vital
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JR Vital
JR Vital é jornalista e editor do Diário Carioca. Formado no Rio de Janeiro, pela faculdade de jornalismo Pinheiro Guimarães, atua desde 2007, tendo passado por...
Thiago de Joaldo (PP-SE), Pedro Campos (PSB-PE), Merlong Solano (PT-PI) e Sylvie Alves (União Brasil-GO). Foto: Arte UOL

Ao menos quatro deputados federais admitiram arrependimento por terem votado a favor da chamada PEC da Blindagem, aprovada na última terça-feira (16) pela Câmara dos Deputados. Os parlamentares divulgaram vídeos e notas pedindo desculpas a eleitores e partidos, após forte pressão nas redes sociais.

Os que recuaram foram:

  • Pedro Campos (PSB-PE)
  • Merlong Solano (PT-PI)
  • Thiago de Joaldo (PP-SE)
  • Sylvie Alves (União-GO)

Retratações públicas

Pedro Campos, irmão do prefeito do Recife e presidente nacional do PSB, afirmou que não só mudou de posição como já protocolou um mandado de segurança no STF contra a votação.

Merlong Solano, do PT, publicou um texto em que pede desculpas ao partido e ao povo do Piauí pelo “grave equívoco”.

Thiago de Joaldo disse que “vergonha é insistir no erro; coragem é assumi-lo de frente e lutar para consertar”.

Já Silvye Alves reconheceu que votou sob pressão de retaliações e desabafou:

“Acabei cedendo. Fui covarde.”

Trâmite da PEC

A proposta foi aprovada por ampla maioria: 353 votos no primeiro turno e 344 no segundo. Agora, segue para análise do Senado Federal.

Entre os principais pontos, a PEC:

  • amplia o foro privilegiado para presidentes nacionais de partidos com representação no Congresso;
  • exige autorização prévia da Câmara ou do Senado para abertura de ações penais contra parlamentares;
  • reforça a blindagem de dirigentes partidários investigados, como Antonio de Rueda (União Brasil) e Valdemar Costa Neto (PL).

Reações críticas

A PEC vem sendo chamada por críticos de “PEC da Bandidagem”, em referência ao aumento da proteção judicial a políticos. Artistas, movimentos sociais e parlamentares já convocaram protestos em várias capitais no próximo domingo (21).

Enquanto isso, parte dos deputados tenta se desvincular da aprovação, em meio à pressão popular e às discussões que agora se concentram no Senado.

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JR Vital é jornalista e editor do Diário Carioca. Formado no Rio de Janeiro, pela faculdade de jornalismo Pinheiro Guimarães, atua desde 2007, tendo passado por grandes redações.