Arthur Lira e Rodrigo Pacheco concentram R$ 460 mi em emendas

10 de abril de 2025
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Arthur Lira e Rodrigo Pacheco concentraram R$ 460 milhões em emendas para seus estados; STF exigiu mais transparência nas indicações.
Foto: Divulgação

Brasília – Arthur Lira (PP-AL) e Rodrigo Pacheco (PSD-MG) figuram entre os principais nomes por trás da destinação de emendas de comissão em 2023. Juntos, os dois indicaram R$ 460 milhões para seus redutos eleitorais, segundo planilhas divulgadas com os nomes dos responsáveis pelos repasses.

Lira, então presidente da Câmara dos Deputados, direcionou R$ 250 milhões para Alagoas, valor seis vezes superior ao teto das emendas individuais. Já o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco, garantiu R$ 215 milhões para Minas Gerais, três vezes o limite dos senadores.

Destino das emendas ultrapassa limites

As emendas de comissão permitem aos parlamentares indicarem verbas do Orçamento sem vinculação direta aos seus nomes. Contudo, a prática passou a ser monitorada após o STF, por meio do ministro Flávio Dino, suspender os pagamentos em agosto de 2024.

Na ocasião, o Supremo exigiu maior transparência e identificações claras dos autores das indicações. O Congresso então aprovou um novo plano de trabalho para liberar os valores e revelar os verdadeiros beneficiários.

Justificativa e omissão

Apesar de as atas registrarem o nome do senador Omar Aziz (PSD-AM) como autor formal das emendas atribuídas ao PSD, Rodrigo Pacheco confirmou ser o responsável. Segundo ele, “Minas concentra 15% dos municípios do Brasil”. Arthur Lira, por sua vez, não se manifestou.

As indicações aconteciam até o ano passado de forma genérica, em nome das comissões da Câmara e do Senado. Essa falta de clareza gerava disputas internas e queixas de parlamentares excluídos do processo.

Reação de parlamentares

O então presidente da Comissão de Integração Nacional, José Rocha (União-BA), criticou o modelo e revelou ter recebido os dados prontos. “Quando vi que favorecia fortemente Alagoas, decidi não convocar a reunião para aprovar”, declarou.

A deputada Adriana Ventura (Novo-SP), da Comissão de Saúde, também questionou o sistema. Para ela, “muitos líderes colocaram tudo em seus próprios nomes para evitar explicar por que alguns deputados receberam muito e outros, nada”.

Disputa por controle e orçamento

Em 2023, as emendas de comissão movimentaram R$ 11,6 bilhões, sendo R$ 2,6 bilhões sob controle direto de líderes partidários. A previsão para 2025 se mantém elevada, com R$ 11,5 bilhões no total.

O PL, maior bancada da Câmara, ficou responsável por R$ 4,8 bilhões. Já o MDB controlará cerca de R$ 2,5 bilhões, incluindo comissões importantes como Assuntos Sociais no Senado e Desenvolvimento Urbano na Câmara.

Entenda

Cinco pontos para entender o repasse de emendas por Lira e Pacheco:

  1. Arthur Lira indicou R$ 250 milhões para Alagoas, seu reduto eleitoral.
  2. Rodrigo Pacheco destinou R$ 215 milhões para Minas, seu estado de origem.
  3. As emendas estavam registradas genericamente até 2024.
  4. O STF exigiu mais transparência e suspendeu os repasses.
  5. Comissões disputam controle sobre bilhões em 2025.

Redacao

Equipe de jornalistas do Jornal DC - Diário Carioca

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