O deputado federal bolsonarista Éder Mauro (PL-PA), conhecido por seu histórico de violência policial e por debochar do assassinato de Marielle Franco, foi o parlamentar que mais gastou com aluguel de veículos, barcos e aeronaves na atual legislatura, somando R$ 883,5 mil em despesas bancadas com dinheiro público.
R$ 279 milhões em sete anos
Deputados federais gastaram ao menos R$ 279 milhões, entre 2019 e 2025, com aluguel de carros, barcos e aeronaves. O valor representa um crescimento real de cerca de 18% no período, já descontada a inflação.
As despesas são financiadas pela Cota para o Exercício da Atividade Parlamentar, o chamado Cotão, verba pública destinada a cobrir custos como manutenção de escritórios, passagens aéreas e locação de veículos.
O campeão das locações
Na atual legislatura, Éder Mauro (PL-PA) lidera com folga os gastos com locações. Ao todo, foram R$ 883,5 mil, sendo R$ 540 mil apenas com aluguel de embarcações, valor muito acima da média dos demais parlamentares.
O deputado afirma que as despesas são indispensáveis para sua atuação política no Pará, estado onde diversas cidades só são acessíveis por vias fluviais. Segundo ele, os valores estariam dentro dos preços praticados no mercado regional.
Suspeitas e investigações
Apesar de o uso do Cotão ser permitido, investigações recentes levantaram suspeitas sobre o uso da verba, especialmente entre parlamentares bolsonaristas. A Polícia Federal apura possíveis irregularidades envolvendo Sóstenes Cavalcante (PL-RJ) e Carlos Jordy (PL-RJ).
De acordo com a investigação, uma empresa de locação contratada pelos dois continuou recebendo pagamentos mesmo após ter sido dissolvida de forma irregular. Há indícios de que assessores tenham atuado para dar aparência de legalidade às operações.
Defesas e versões
Sóstenes Cavalcante alegou que cerca de R$ 430 mil encontrados em sua residência teriam origem na venda de um imóvel e não foram depositados por conta da “correria de trabalho”.
Já Carlos Jordy, em vídeo divulgado nas redes sociais, classificou a ação policial como “covarde” e afirmou que a empresa investigada prestava serviços aos dois parlamentares desde o início de seus mandatos, defendendo a regularidade dos contratos.
