A deputada federal licenciada Carla Zambelli (PL-SP), presa desde julho em Roma, não será beneficiada pela proposta de anistia ampla defendida por aliados do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) no Congresso. A informação é da colunista Bela Megale, do Globo.
Segundo o líder do PL, Sóstenes Cavalcante (RJ), o texto prevê perdão a condenados pelo Supremo Tribunal Federal (STF) por atos antidemocráticos praticados desde 2019. Como Zambelli foi condenada por outro crime — a invasão ao sistema do CNJ com ajuda do hacker Walter Delgatti Neto —, ela não se enquadra no projeto.
Divergências na Câmara sobre a anistia
O projeto de anistia teve urgência aprovada na Câmara e aguarda análise do mérito. O relator, deputado Paulinho da Força (Solidariedade-SP), adiantou que não deve haver anistia ampla, mas apenas redução de penas para condenados.
A alternativa, porém, não é aceita pelo PL, que insiste em um perdão total. Mesmo reconhecendo que o caso de Zambelli não está ligado a crimes contra a democracia, bolsonaristas a tratam como “perseguida politicamente” e usam o episódio para atacar o ministro Alexandre de Moraes.
Aliados visitam Zambelli em prisão na Itália
Na última sexta-feira (19), os senadores Flávio Bolsonaro (PL-RJ), Damares Alves (Republicanos-DF), Eduardo Girão (Novo-CE) e Magno Malta (PL-ES) visitaram Zambelli em Roma. Segundo eles, o objetivo foi verificar as condições da prisão.
Zambelli foi presa na Itália após fugir do Brasil e permanecer foragida na Europa. A Justiça italiana determinou que ela continue detida enquanto o pedido de extradição é analisado.