Washington – O ex-presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, surpreendeu ao elogiar o sistema eleitoral brasileiro em um decreto assinado nesta terça-feira (25). O documento propõe mudanças nas eleições americanas e cita o Brasil como exemplo de segurança na identificação dos eleitores. A declaração gerou desconforto entre aliados de Jair Bolsonaro, que têm historicamente questionado a confiabilidade das urnas eletrônicas.
O decreto destaca que Brasil e Índia utilizam a identificação biométrica, enquanto os Estados Unidos ainda dependem de autodeclaração de cidadania. A referência gerou reação imediata entre bolsonaristas, que tentam minimizar a fala de Trump sem criticá-lo diretamente.
Aliados de Bolsonaro tentam controlar dano
Lideranças bolsonaristas orientaram suas bases a enfatizar apenas a menção à biometria, evitando qualquer associação positiva ao sistema de voto eletrônico. O objetivo é impedir que a declaração de Trump enfraqueça o discurso de fraude eleitoral sustentado por Bolsonaro desde sua derrota em 2022.
Nos últimos anos, o ex-presidente brasileiro e seus aliados atacaram as urnas eletrônicas e defenderam o voto impresso, pauta rejeitada pelo Congresso. Os questionamentos sobre a segurança do sistema foram incluídos na investigação da Procuradoria-Geral da República (PGR) sobre a tentativa de golpe.

STF rebate críticas às urnas
Durante a sessão desta quarta-feira (26), ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) mencionaram o elogio de Trump para rebater as críticas de Bolsonaro. Alexandre de Moraes e Cármen Lúcia destacaram a contradição entre a postura do ex-presidente e a declaração do líder americano.
“O Brasil foi citado expressamente como modelo de sucesso por Donald Trump, enquanto aqui houve toda essa tentativa de colocar em dúvida”, afirmou Cármen Lúcia durante o julgamento.
Entenda o caso: Trump, Bolsonaro e o sistema eleitoral
- Decreto americano: Trump assinou um documento citando Brasil e Índia como referências na segurança eleitoral.
- Reação bolsonarista: Aliados de Bolsonaro buscaram dissociar a fala do ex-presidente americano do voto eletrônico.
- Histórico de ataques: Bolsonaro defendeu o voto impresso e alegou fraude nas eleições, o que se tornou parte da investigação da PGR.
- Posicionamento do STF: Ministros usaram a declaração de Trump para reforçar a segurança das urnas eletrônicas.