A retirada do ministro Alexandre de Moraes da lista de sancionados pela Lei Magnitsky, anunciada nesta quinta-feira (12) pelo governo Donald Trump, provocou profunda contrariedade na extrema-direita brasileira.
O grupo avaliou o gesto como um desfecho “péssimo” e “aterrador”, que reduziu drasticamente o alcance político da iniciativa defendida por Eduardo Bolsonaro nos Estados Unidos por meses.
Nos bastidores, lideranças bolsonaristas lamentaram o resultado. Um deputado do PL resumiu a sensação de derrota: “Trump nos usou”.
O comentário reflete o fato de o ex-presidente americano ter aplicado a sanção e revertido a medida poucos meses depois.
Fim da Pressão e o Choque de Bibo Nunes
Para o grupo, a mudança frustrou a expectativa de que o governo dos Estados Unidos manteria a pressão sobre Moraes. Parlamentares lembraram que a condenação de Jair Bolsonaro pelo envolvimento com os golpistas do 8 de janeiro ocorreu há apenas duas semanas e esperavam um prazo maior para a permanência da sanção.
Entre os aliados, o entendimento é que o recuo de Trump interrompe qualquer possibilidade de desgaste internacional para o ministro do Supremo. O deputado Bibo Nunes (PL-RS) declarou estar “profundamente chocado” com a decisão.
Moraes havia sido incluído na lista da Magnitsky em julho, no mesmo dia em que Trump anunciou uma tarifa de 50% sobre exportações brasileiras. Na ocasião, a Casa Branca mencionou a atuação do ministro no processo que resultou na condenação do ex-presidente Jair Bolsonaro a 27 anos e três meses.
Interesses Americanos em Primeiro Lugar
Após o recuo, o líder do PL na Câmara, Sóstenes Cavalcante (RJ), tentou amenizar a frustração, afirmando que Trump “tem interesses americanos em primeiro lugar” e declarou que o partido é “grato” ao ex-presidente por sua atuação inicial. A senadora Damares Alves (Republicanos-DF) afirmou que a decisão não altera sua opinião crítica sobre Moraes. Outros aliados preferiram evitar comentários políticos diretos, mantendo apenas críticas genéricas ao ministro.
Eduardo Bolsonaro e o blogueiro Paulo Figueiredo divulgaram uma nota conjunta em que lamentaram a decisão dos EUA e agradeceram a Trump pelo apoio ao longo do processo. No texto, eles afirmaram que seguirão atuando nos Estados Unidos e relacionaram o desfecho à suposta “falta de unidade política no Brasil” para lidar com temas estruturais.

