Os presidentes dos EUA, Donald Trump, e do Brasil, Lula. Foto: Ricardo Stuckert/PR
Atualizado em 13/12/2025 15:12

A retirada do ministro Alexandre de Moraes da lista de sancionados pela Lei Magnitsky, anunciada nesta quinta-feira (12) pelo governo Donald Trump, provocou profunda contrariedade na extrema-direita brasileira.

O grupo avaliou o gesto como um desfecho “péssimo” e “aterrador”, que reduziu drasticamente o alcance político da iniciativa defendida por Eduardo Bolsonaro nos Estados Unidos por meses.

Nos bastidores, lideranças bolsonaristas lamentaram o resultado. Um deputado do PL resumiu a sensação de derrota: “Trump nos usou”.

O comentário reflete o fato de o ex-presidente americano ter aplicado a sanção e revertido a medida poucos meses depois.

Fim da Pressão e o Choque de Bibo Nunes

Para o grupo, a mudança frustrou a expectativa de que o governo dos Estados Unidos manteria a pressão sobre Moraes. Parlamentares lembraram que a condenação de Jair Bolsonaro pelo envolvimento com os golpistas do 8 de janeiro ocorreu há apenas duas semanas e esperavam um prazo maior para a permanência da sanção.

Entre os aliados, o entendimento é que o recuo de Trump interrompe qualquer possibilidade de desgaste internacional para o ministro do Supremo. O deputado Bibo Nunes (PL-RS) declarou estar “profundamente chocado” com a decisão.

Moraes havia sido incluído na lista da Magnitsky em julho, no mesmo dia em que Trump anunciou uma tarifa de 50% sobre exportações brasileiras. Na ocasião, a Casa Branca mencionou a atuação do ministro no processo que resultou na condenação do ex-presidente Jair Bolsonaro a 27 anos e três meses.

Interesses Americanos em Primeiro Lugar

Após o recuo, o líder do PL na Câmara, Sóstenes Cavalcante (RJ), tentou amenizar a frustração, afirmando que Trump “tem interesses americanos em primeiro lugar” e declarou que o partido é “grato” ao ex-presidente por sua atuação inicial. A senadora Damares Alves (Republicanos-DF) afirmou que a decisão não altera sua opinião crítica sobre Moraes. Outros aliados preferiram evitar comentários políticos diretos, mantendo apenas críticas genéricas ao ministro.

Eduardo Bolsonaro e o blogueiro Paulo Figueiredo divulgaram uma nota conjunta em que lamentaram a decisão dos EUA e agradeceram a Trump pelo apoio ao longo do processo. No texto, eles afirmaram que seguirão atuando nos Estados Unidos e relacionaram o desfecho à suposta “falta de unidade política no Brasil” para lidar com temas estruturais.

- Publicidade -
JR Vital - Diário Carioca
Editor
Siga:
JR Vital é jornalista e editor do Diário Carioca. Formado no Rio de Janeiro, pela faculdade de jornalismo Pinheiro Guimarães, atua desde 2007, tendo passado por grandes redações.