O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), detido preventivamente neste sábado (22), foi encaminhado à Superintendência da Polícia Federal (PF) em Brasília. Ele deve permanecer em uma Sala de Estado.
Este espaço reservado atende a presidentes da República e outras autoridades de alto escalão. A custódia especial visa a segurança institucional do preso e sua integridade física.
Esta acomodação não se configura como uma cela comum. O ambiente é composto por uma sala com mesa, cadeira, cama de solteiro e um banheiro privativo. O local ainda dispõe de ar-condicionado, janela, armário e frigobar. Tais itens garantem condições de permanência isoladas e mais confortáveis que os espaços convencionais de custódia da PF.
A Sala de Estado funciona como uma área separada das demais instalações prisionais. Seu uso é uma prerrogativa que se baseia no cargo ocupado anteriormente pelo detido. Bolsonaro permanecerá ali enquanto perdurar a custódia preventiva ou até que ocorra uma eventual transferência autorizada pela Justiça.
🏛️ O Precedente Histórico e a Razão da Custódia Especial
A Polícia Federal segue um protocolo institucional estabelecido para a custódia de altas autoridades. O uso desse espaço já tem precedentes históricos no Brasil. O Presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o Ex-Presidente Michel Temer também foram alojados em Salas de Estado da PF durante suas detenções.
A defesa do ex-presidente pode solicitar à PF e ao Supremo Tribunal Federal (STF) autorização para que ele receba itens pessoais. Livros e aparelhos eletrônicos podem ser liberados, seguindo regras específicas desse tipo de detenção. A legislação penal brasileira prevê essa distinção de tratamento para ex-dirigentes do Poder Executivo.

O Protocolo de Custódia
- Local: Superintendência da Polícia Federal (Brasília).
- Tipo de Acomodação: Sala de Estado (Reserva Institucional).
- Objetivo do Espaço: Preservar segurança institucional e integridade física.
- Motivação da Prisão: Risco de fuga e obstrução judicial (vigília).
- Regras: Possibilidade de itens pessoais mediante autorização do STF/PF.
⚖️ A Justificativa da Prisão Preventiva e a Ordem Judicial
A prisão preventiva foi determinada pelo Ministro Alexandre de Moraes e cumprida pela PF. A medida cautelar foi motivada pelo risco de fuga e por ameaças ao cumprimento das regras impostas pela Justiça. Tais fatos indicavam uma subversão à Ordem Constitucional.
O documento judicial apontou a violação da tornozeleira eletrônica e a convocação de uma vigília em frente ao condomínio do ex-presidente. Esta vigília, organizada pelo Senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ), foi interpretada como uma tentativa de utilização de apoiadores para obstruir a fiscalização e a prisão domiciliar.
O ex-presidente já havia sido condenado a 27 anos e três meses de prisão por liderar uma trama golpista. A conversão da prisão domiciliar em preventiva reforça o isolamento judicial. A custódia especial na PF garante que a lei seja aplicada, respeitando-se as garantias institucionais do cargo que Bolsonaro exerceu.
