Brasília, 23 de julho de 2025 – Pesquisa Ipespe divulgada nesta terça-feira confirma o desgaste de Donald Trump e Jair Bolsonaro após a imposição de tarifas contra o Brasil e a escalada da crise diplomática entre os dois países.
Tarifa de Trump revolta brasileiros
A decisão do ex-presidente norte-americano Donald Trump de impor tarifas de 50% sobre produtos brasileiros provocou forte rejeição entre os eleitores do Brasil. Segundo a nova rodada da pesquisa Pulso Brasil/Ipespe, 61% dos entrevistados desaprovam Trump, um salto de seis pontos percentuais desde maio. A aprovação caiu de 39% para 33%, refletindo o impacto direto da medida no debate público brasileiro.
Mais do que uma questão econômica, a ação foi percebida como uma interferência hostil. Para 53% dos brasileiros, a associação de candidatos presidenciais a Trump em 2026 será prejudicial. A leitura generalizada é que o republicano busca chantagear o Brasil em nome da extrema-direita internacional.
Bolsonaro e aliados derretem na crise
No plano interno, a desaprovação a Jair Bolsonaro alcançou 60%. O ex-presidente, já réu por tentativa de golpe de Estado, é visto como corresponsável pela crise diplomática. Apenas 32% aprovam sua conduta diante do conflito. Eduardo Bolsonaro (PL-SP), que manteve encontros não oficiais com membros do entorno de Trump, também sofre rejeição massiva: 59% desaprovam seu papel.
Tarcísio de Freitas, governador de São Paulo e outro nome da base bolsonarista, aparece com 46% de desaprovação e apenas 32% de aprovação. A instabilidade provocada pela ala bolsonarista se traduz em perda de apoio entre setores que antes hesitavam em abandoná-los.
Lula busca resposta soberana
A condução do presidente Lula (PT) na crise dividiu opiniões, mas o petista manteve um patamar sólido de aprovação: 50%, contra 45% de desaprovação. Em entrevista à televisão norte-americana, Lula foi direto: “O Brasil não aceitará nada que lhe seja imposto.”
Entre as medidas em análise pelo governo está a taxação das big techs, apontadas como instrumentos de desinformação e influência externa. A proposta tem apoio da maioria da população: 55% são favoráveis, enquanto 40% se opõem. A resposta sinaliza que o Planalto pretende enfrentar o cerco de forma autônoma, sem dobrar-se às pressões do trumpismo internacional.
Ataque ao STF amplia indignação
A revogação dos vistos dos ministros do Supremo Tribunal Federal pelo governo Trump também foi mal recebida: 57% dos entrevistados se dizem contrários à decisão. A medida, anunciada como forma de intimidar o Judiciário brasileiro, reforçou a percepção de ingerência externa e desrespeito à soberania nacional.
O episódio expôs a interdependência entre a política bolsonarista e interesses estrangeiros. A tentativa de usar Washington como escudo para blindar golpistas no Brasil causou efeito inverso: solidificou a rejeição pública e estimulou novas formas de resistência institucional.
Perguntas e Respostas
O que motivou a queda de popularidade de Trump no Brasil?
A imposição de tarifas de 50% contra produtos brasileiros gerou reação negativa e percepção de agressão econômica, ampliando a rejeição.
Qual é o impacto político da crise para Bolsonaro?
A desaprovação de 60% revela que sua postura na crise é vista como submissa a interesses estrangeiros e lesiva à soberania nacional.
Como Lula está lidando com a situação?
O presidente tem adotado uma postura crítica e independente, considerando a taxação das big techs e recusando imposições dos EUA.
A população apoia a retaliação brasileira?
Sim. A proposta de taxar as plataformas digitais é aprovada por 55% dos brasileiros, que apoiam uma resposta firme ao trumpismo.
A crise afeta o STF?
A revogação dos vistos dos ministros pela gestão Trump teve forte rejeição (57%) e reforça o entendimento de tentativa de intimidação externa.