O general da reserva Walter Braga Netto, ex-ministro da Defesa e ex-candidato a vice-presidente na chapa de Jair Bolsonaro, afirmou em alegações finais enviadas ao Supremo Tribunal Federal (STF) que não teve qualquer envolvimento no suposto plano denominado “Punhal Verde Amarelo”. O documento atribuído a integrantes da cúpula bolsonarista é apontado pela Procuradoria-Geral da República (PGR) como parte de uma estratégia golpista que incluiria o assassinato do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, do vice Geraldo Alckmin e do ministro Alexandre de Moraes, do STF.
Defesa rejeita acusação de entrega de dinheiro a Mauro Cid
Na manifestação protocolada, a defesa de Braga Netto também negou que o general tenha entregado valores ao tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro e delator da trama. Segundo a PGR, a suposta entrega teria ocorrido após um encontro na residência de Braga Netto, apontado como parte da preparação do “Punhal Verde Amarelo”.
Os advogados afirmam que “não há qualquer elemento probatório que sustente a narrativa” e que o general “não mantém qualquer vínculo com documentos, reuniões ou tratativas relacionadas ao caso”.
Documento contestado pela defesa
A peça acusatória menciona um texto que listaria alvos e possíveis métodos de execução, incluindo referências cifradas a autoridades da República. Para a defesa, o conteúdo não passa de uma colagem sem coerência operacional.
“O tal documento sequer pode ser chamado de plano, pois não define nenhuma espécie de objetivo concreto. Cita diversos alvos (‘Jeca, Joca, Juca…’) e não define ação específica (tiro, envenenamento, uso de química, artefato explosivo…)”, diz o texto.
Processo no STF
Braga Netto é réu no mesmo processo que envolve Jair Bolsonaro, Mauro Cid e outros 30 acusados de integrar o núcleo central de uma conspiração golpista. O caso tramita sob relatoria do ministro Alexandre de Moraes, e o prazo para apresentação das alegações finais se encerra nesta quarta-feira (13).