Sul Global

Lula sela aliança com China e cutuca Trump

Durante evento em Pequim, Lula reforça os laços com os chineses, enaltece o Sul Global e critica o isolacionismo dos EUA.

JR Vital
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JR Vital
JR Vital é jornalista e editor do Diário Carioca. Formado no Rio de Janeiro, pela faculdade de jornalismo Pinheiro Guimarães, atua desde 2007, tendo passado por...
Presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, durante encerramento do Fórum Empresarial Brasil-China. Pequim - China.

Foto: Ricardo Stuckert / PR

Luiz Inácio Lula da Silva (PT) chamou a atenção nesta segunda (12), durante o Fórum Empresarial Brasil-China, ao classificar como “indestrutível” a relação entre os dois países.

O discurso inflamado veio acompanhado de críticas sutis, mas certeiras, aos rumos da política comercial dos Estados Unidos.

Sob aplausos em Pequim, Lula não economizou na retórica: “Brasil e China serão parceiros incontornáveis. A nossa relação será indestrutível”. O presidente destacou que ambos os países têm em comum o compromisso com conquistas sociais e a defesa de uma nova ordem multipolar que respeite o Sul Global.


Sul Global em primeiro plano

O petista comparou a revolução de 1949, que levou os comunistas ao poder na China, com suas próprias vitórias eleitorais no Brasil. Para ele, tanto lá quanto cá, o motor foi a urgência por justiça social.

“Valeu a pena a revolução chinesa assim como valeram nossas eleições. Governo que se preze não esquece das origens de quem colocou ele no poder”, afirmou, num tom que mistura memória histórica e projeto de futuro.


Alfinetada nos Estados Unidos

Como já havia feito em Moscou, Lula voltou a criticar o ex-presidente Donald Trump por iniciar uma guerra comercial insana. “A boa política comercial é um jogo de ganha-ganha”, disse, frisando que taxações unilaterais são perigosas e contraproducentes.

Ele foi além: defendeu o multilateralismo como ferramenta essencial de equilíbrio global e alfinetou o protecionismo norte-americano. “O protecionismo no comércio pode levar à guerra, como já vimos na história”, alertou.


China não é vilã do comércio

Para Lula, a China está sendo injustamente retratada como inimiga do comércio mundial. Ele reforçou que o país asiático tem buscado parcerias com nações esquecidas por décadas, como o Brasil.

Enquanto o Ocidente fecha as portas, Pequim abre laboratórios, fábricas e acordos. E Lula parece muito confortável nesse jogo de xadrez geopolítico.

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JR Vital é jornalista e editor do Diário Carioca. Formado no Rio de Janeiro, pela faculdade de jornalismo Pinheiro Guimarães, atua desde 2007, tendo passado por grandes redações.