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Fidelidade seletiva

Carla Zambelli é descartada até pelos bolsonaristas

Brasília – A fidelidade bolsonarista, ao que tudo indica, tem prazo de validade – e Carla Zambelli acaba de vencê-lo. Condenada por unanimidade pela Primeira Turma do STF a dez anos de prisão e à perda do mandato por invadir sistemas do Conselho Nacional de Justiça, a deputada do PL-SP foi praticamente abandonada por seus colegas na Câmara dos Deputados.

Enquanto isso, Alexandre Ramagem (PL-RJ), acusado de envolvimento em desvios de emendas, foi defendido com entusiasmo: 315 parlamentares votaram para suspender sua ação penal no Supremo Tribunal Federal. Já Zambelli, vista como “caso perdido”, virou peso morto político – e ninguém quer carregar.


Ramagem é blindado, Zambelli é descartada

O contraste é gritante. Ramagem, ex-diretor da Abin e aliado de carteirinha do clã Bolsonaro, foi tratado com zelo corporativista: mesmo com acusações pesadas nas costas, recebeu um afago institucional da base governista. Já Zambelli, apesar de anos de lealdade canina à extrema-direita, foi deixada de escanteio.

Fontes ouvidas pela CartaCapital indicam que há zero vontade entre os deputados de se meter no imbróglio jurídico da colega paulista. A avaliação geral é que defendê-la seria um tiro no pé — e o Congresso não está disposto a esticar ainda mais a corda com o STF.


Crime antes do mandato: sem blindagem possível

Além da falta de empatia política, há uma razão jurídica para o abandono. Segundo o relator Alexandre de Moraes, os crimes atribuídos a Zambelli ocorreram antes de sua diplomação como deputada, o que, segundo a Constituição, impede a Câmara de barrar o processo. Não tem jeitinho, não tem blindagem.

O acórdão do julgamento ainda não foi publicado, o que adia o início do cumprimento da pena. A defesa da parlamentar tenta respirar com embargos de declaração, mas a chance de reverter a condenação é praticamente nula. O STF já bateu o martelo: o tempo da deputada está acabando.


A lealdade bolsonarista é seletiva

O caso escancara a hipocrisia estrutural da extrema-direita brasileira: lealdade incondicional só até o ponto em que dá prejuízo político. Ramagem ainda serve como peça útil no jogo. Zambelli, agora ré condenada, virou peça descartável.

E para quem ainda acha que os aliados de Bolsonaro são um bloco coeso e “fiel até o fim”, fica a lição: quando o barco afunda, os ratos correm — mas nem todos juntos.

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Equipe de jornalistas do Jornal DC - Diário Carioca

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