Niterói, 22 de julho de 2025 — O Ministério Público Federal investiga o deputado Carlos Jordy (PL-RJ) por suspeita de fraude eleitoral. Ele teria usado R$ 1,5 milhão da campanha de 2024 para contratar uma empresa sem estrutura real.
Empresa recém-criada e endereço suspeito
A denúncia, revelada pela coluna de Lauro Jardim, aponta que Carlos Jordy repassou R$ 1,5 milhão a uma empresa chamada Jorual Tecnologia e Comunicação durante a campanha municipal em Niterói. A firma está registrada sob a razão social de Cleonice Loureiro Alves e foi aberta apenas quatro meses antes do pleito — um sinal de alerta clássico em investigações eleitorais.
A suposta sede da empresa é uma casa simples no bairro Serra Grande, sem qualquer sinal de funcionamento comercial. O telefone registrado junto à Justiça Eleitoral pertence à filha da proprietária, Michelle Alves. Não há, até o momento, comprovação de que o local tenha abrigado atividades compatíveis com os valores movimentados.
Investigação mira falsidade ideológica e lavagem de dinheiro
O MPF analisa indícios de falsidade ideológica eleitoral, desvio de verbas e possível lavagem de dinheiro. A principal linha de investigação parte da hipótese de que a empresa funcionaria como fachada para encobrir transações suspeitas e simular serviços que nunca foram prestados.
Esse tipo de artifício é usado com frequência em campanhas que buscam driblar os mecanismos de rastreio da Justiça Eleitoral, sobretudo quando há pressa para justificar gastos de última hora.
Jordy se defende e tenta atribuir legitimidade
O parlamentar bolsonarista negou qualquer irregularidade. Disse que a Jorual pertence a um “grupo com mais de 20 anos de mercado” e que o imóvel apontado como residencial foi alugado para funcionar como estúdio da campanha.
Jordy também afirmou que os serviços custaram 50% menos do que os contratados por seu adversário na disputa municipal. Não apresentou, no entanto, comprovantes objetivos de que a empresa tenha de fato funcionado no endereço citado ou realizado entregas compatíveis com os valores pagos.
Justiça Eleitoral monitora firmas fantasmas
A contratação de empresas recém-criadas, com indícios de inatividade comercial, é um dos principais focos de atenção da Justiça Eleitoral. Em campanhas financiadas com grandes somas de dinheiro público ou doações privadas, esse tipo de movimentação é considerado sinal clássico de fraude contábil.
O MPF avaliará agora se há elementos suficientes para abrir investigação formal ou se arquivará a denúncia.
Perguntas e Respostas
Quem é o alvo da denúncia?
Carlos Jordy, deputado federal do PL e ex-candidato à prefeitura de Niterói.
O que diz a acusação?
Que ele usou R$ 1,5 milhão da campanha para contratar uma empresa de fachada.
Qual é o problema com a empresa?
Foi criada poucos meses antes da eleição, funciona em endereço residencial e não há provas de atividade real.
Jordy nega a denúncia?
Sim. Alega que a empresa tem experiência e que o imóvel foi alugado como estúdio.
O que pode acontecer agora?
O MPF decidirá se há base para abrir investigação formal ou arquivar o caso.