O presidente Luiz Inácio Lula da Silva declarou que todos os envolvidos nas fraudes investigadas no INSS (Instituto Nacional do Seguro Social) serão responsabilizados, sem exceções por cargo, vínculo político ou relação pessoal. A fala ocorreu nesta quinta-feira (18), após a Polícia Federal deflagrar uma nova fase da operação Sem Desconto.
Segundo Lula, a orientação do governo é permitir que as investigações avancem sem qualquer tipo de blindagem. Ele afirmou que ninguém será poupado caso surjam provas de envolvimento.
“Quem tiver envolvido, vai ser investigado. Se tiver filho meu metido nisso, ele será investigado. Se tivesse meu pai que já morreu… Se tiver o Haddad, vai ser investigado, o Rui Costa, com essa seriedade, vai ser investigado”, disse o presidente.
Prisão no alto escalão da Previdência
A nova fase da operação resultou na prisão de Adroaldo Portal, secretário-executivo do Ministério da Previdência, número dois da pasta. Ele ocupava o cargo desde maio e havia sido mantido na estrutura do ministério após ter atuado na gestão anterior.
Adroaldo Portal ingressou no governo em fevereiro de 2023 como secretário do Regime Geral de Previdência Social e, segundo a Polícia Federal, teria recebido em seu gabinete Antônio Carlos Camilo Antunes, conhecido como o “Careca do INSS”.
Questionamento sobre Lulinha
Durante a entrevista, Lula foi questionado sobre o suposto envolvimento de seu filho, Fábio Luís Lula da Silva, o Lulinha, após a PF apontar suspeita de parceria comercial com o Careca do INSS.
Mesmo reforçando que não interfere nas apurações, o presidente afirmou não acompanhar os detalhes operacionais das investigações conduzidas pela Polícia Federal.
“Eu não sei quem foi hoje, eu não sei quem é que a Polícia Federal vai procurar no futuro. O que eu sei é o seguinte: quem estiver envolvido vai pagar o preço de estar envolvido com isso”, afirmou.
Vínculos políticos sob investigação
De acordo com a Polícia Federal, Adroaldo Portal é citado como ligado ao senador Weverton Rocha (PDT-MA), que foi alvo de busca e apreensão. Antes de integrar o ministério, o secretário atuou como assessor do parlamentar.
As investigações apontam que a nova fase da operação busca aprofundar apurações sobre crimes de inserção de dados falsos em sistemas oficiais, organização criminosa, estelionato previdenciário e ocultação e dilapidação de patrimônio.
