Brasília, 20 de agosto de 2025 – Após a divulgação de mensagens interceptadas pela Polícia Federal envolvendo Jair Bolsonaro, Eduardo Bolsonaro e o pastor Silas Malafaia, o deputado publicou uma nota de esclarecimento no X, tentando se esquivar das acusações de obstrução de investigações do Supremo Tribunal Federal (STF) e de buscar impunidade para o pai.
Defesa repleta de inversão de culpa
Na nota, Eduardo afirmou que sua atuação nos Estados Unidos “jamais teve como objetivo interferir em processos judiciais brasileiros”, alegando que buscava apenas “restabelecimento das liberdades individuais” via projeto de anistia no Congresso Nacional.
“Causa espanto que a Polícia Federal (PF) aponte supostos partícipes de um crime absolutamente delirante, mas não identifique os autores. Se a tese da PF é de que haveria intenção de influenciar políticas de governo, o poder de decisão não estava em minhas mãos, mas sim em autoridades americanas, como o presidente Donald Trump, o Secretário Marco Rubio ou o Secretário do Tesouro Scott Bessent. Por que, então, a PF não os incluiu como autores? Omissão? Falta de coragem?”, declarou.
O parlamentar também se protegeu da legislação brasileira, alegando que vive sob jurisdição americana:
“Vivo sob a jurisdição americana e, portanto, plenamente amparado pela Primeira Emenda da Constituição dos Estados Unidos, que assegura não apenas a liberdade de expressão, mas também o direito de peticionar nossas demandas ao governo que rege a nossa jurisdição.”
Ataque político e deboche à Justiça
Eduardo qualificou as investigações da PF como motivadas politicamente, criticando o vazamento de conversas privadas entre ele, o pai e aliados. No final da nota, ainda debochou da Justiça brasileira:
“Se o meu ‘crime’ for lutar contra a ditadura brasileira, declaro-me culpado de antemão.”
A publicação ocorre enquanto o STF avalia novas provas que podem levar à denúncia formal de Jair Bolsonaro, Eduardo Bolsonaro e Silas Malafaia por coação de autoridades e obstrução de Justiça.