A deputada federal Erika Hilton (Psol-SP) protagonizou um dos momentos mais tensos na Comissão de Direitos Humanos da Câmara na quarta-feira (26). Em resposta à colega Chris Tonietto (PL-RJ), que sugeriu perseguição política contra Jair Bolsonaro, a psolista classificou o Partido Liberal como “partido da Papuda Lotada”. O debate escalou rapidamente, abandonando a pauta inicial sobre o Dia Nacional do Acarajé para focar no embate político acerca da prisão do ex-presidente e seus aliados.
A classificação do PL como “partido da Papuda Lotada” sintetiza a crítica governista ao núcleo bolsonarista investigado por atentados contra a democracia. Erika Hilton mencionou nomes como Alexandre Ramagem, Augusto Heleno e Anderson Torres, afirmando que a democracia exige respeito de todos. Ela reiterou que Bolsonaro poderia estar na Bahia se não tivesse cometido, segundo a deputada, crimes contra o Estado Democrático de Direito.
Erika Hilton expandiu suas críticas, mirando o que chamou de “eterno mimimi” dos apoiadores do ex-presidente frente às prisões relacionadas ao 8 de Janeiro. A parlamentar apontou a contradição entre o histórico lema da direita bolsonarista, “bandido bom é bandido morto”, e a atual postura de vítima adotada após se tornarem alvo das investigações. Ela ironizou a situação, sugerindo que será necessária a construção de uma “Papuda do PL”, devido à constância de novos crimes.
Crítica Ácida a Ramagem e as Condições de Prisão
Em um momento de retórica mais ácida, a deputada comparou a fuga de Alexandre Ramagem para os EUA à de uma “ratazana”. Hilton ponderou ironicamente: “Nem as ratazana fogem como o Ramagem, porque se você vai enfrentar uma ratazana, ela te enfrenta de volta, não foge escondida, clandestinamente”. A pesolista também ironizou parlamentares que apresentam atestados médicos para evitar a prisão enquanto continuam votando na Câmara.
Erika Hilton questionou ainda as condições de detenção de Bolsonaro na Superintendência da Polícia Federal em Brasília. O ex-presidente cumpre a detenção em local com acesso à televisão, ar-condicionado e vigilância permanente. Para a deputada, as condições são melhores que as encontradas nas casas de muitos cidadãos brasileiros. A intervenção acirrou o clima na comissão, aprofundando o embate entre parlamentares governistas e oposicionistas em meio ao avanço das investigações sobre a tentativa de golpe de 8 de janeiro.



