A Operação Ícaro, conduzida pelo Ministério Público de São Paulo (MP-SP), desvendou um esquema bilionário de corrupção na Sefaz-SP, envolvendo fraudes em créditos de ICMS, propinas milionárias e possível proteção política ao alto escalão da Receita Estadual.
Foram presos o empresário Sidney Oliveira, dono da Ultrafarma; Mário Otávio Gomes, diretor da Fast Shop; e o auditor fiscal Artur Gomes da Silva Neto, acusado de operar o esquema.
Um fiscal que era “cérebro”
Investigadores identificaram que Artur, lotado na Diretoria de Fiscalização, manipulava pedidos de ressarcimento de ICMS usando aplicativos e o próprio certificado digital da Ultrafarma, garantindo aprovações preferenciais, em troca de propina. Ele operava pelo menos R$ 1 bilhão desde 2021, depositor esses valores numa empresa em nome da sua mãe, com patrimônio elevado de forma abrupta.
Alvos de peso e riqueza suspeita
Além dos três alvos principais, o MP cumpriu 19 mandados de busca, resultando na apreensão de dinheiro em espécie, criptomoedas, relógios caros e esmeraldas — incluindo dois pacotes inteiros, embalados e prontos para comércio clandestino.
CPI e blindagem no Palácio
A denúncia do deputado Paulo Fiorilo (PT) na Alesp expôs que o auditor agia sob comando de Marcelo Bergamasco, homem de confiança do secretário Samuel Kinoshita, mantido no cargo via TAC apesar de atuação remota na Itália. Parlamentares do PT e PSOL já articulam CPI para investigar possível blindagem política.
Reduto de empresas suspeitas
Documentos indicam que o esquema não restringia-se à Ultrafarma e Fast Shop. Estariam também envolvidas empresas como Oxxo, Kalunga, Rede 28 e Allmix, embora ainda não alvos de busca, conforme e-mails revelados pela investigação.