12 de junho de 2025 – Contagem (MG). Em evento público, o presidente Lula ironizou o depoimento de Bolsonaro ao STF, acusando-o de covardia e exibindo o nervosismo do ex-presidente: “estava quase se borrando”.
Durante uma entrega de máquinas agrícolas em Minas Gerais, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) fez duras críticas a Jair Bolsonaro (PL), expondo o que classificou como o medo visível do ex-presidente diante do ministro Alexandre de Moraes no Supremo Tribunal Federal. O evento ocorreu dois dias após o depoimento de Bolsonaro no processo sobre a tentativa de golpe após as eleições de 2022.
“Ele é um covardão. Estava com os lábios secos, quase se borrando”, disse Lula, arrancando risadas e aplausos da plateia em Contagem. “É fácil ser valente dentro de casa, falando mal dos outros. Mas na frente de um juiz, tremeu na base.”
Lula reforça narrativa de coragem contra o autoritarismo
O discurso de Lula evidencia uma estratégia clara: manter viva a memória do 8 de Janeiro e associar Bolsonaro à covardia e à tentativa fracassada de um golpe. Ao caracterizar seu adversário como alguém que “mentia 11 vezes por dia” e que “se curvou diante de Moraes”, o petista busca desmoralizar qualquer tentativa de retorno bolsonarista em 2026.
Para o Diário Carioca, a fala tem efeito duplo: reacende a vigilância democrática e reposiciona Lula como contraponto direto ao autoritarismo.
Bolsonaro se desculpa e tenta suavizar imagem no STF
No depoimento da última terça-feira (10), Bolsonaro admitiu que discutiu “possibilidades” com militares após perder a eleição, mas negou planejar um golpe. Ao falar pela primeira vez diretamente com Moraes, seu antigo alvo preferido, o ex-presidente pediu desculpas e tentou descontrair: “Gostaria de tê-lo como vice em 2026”, disse. Moraes respondeu seco: “Declino”.
O gesto, visto como tentativa de reaproximação ou puro teatro político, causou estranhamento até entre aliados de Bolsonaro. O constrangimento foi evidente, e a base bolsonarista nas redes ainda tenta explicar o recuo.
Lula ataca bolsonaristas locais em Minas
No mesmo evento, Lula aproveitou para defender a pré-candidatura do senador Rodrigo Pacheco (PSD) ao governo mineiro e disparou contra nomes bolsonaristas em ascensão no estado. Sem citar diretamente Romeu Zema (Novo), Lula alfinetou:
“Depois desse governador que não vou citar o nome, esse estado não merece um Nikolas ou um Cleitinho. Minas é terra de gente séria.”
Pacheco, que discursou por quase meia hora, ainda não confirmou oficialmente sua candidatura, mas Lula deixou claro que espera ver o aliado na disputa: “Às vezes a gente não escolhe entrar na luta, a luta empurra a gente.”
Deboche como arma política
O uso do humor ácido e do deboche tem sido uma das marcas de Lula desde os tempos de oposição. Agora, no Planalto, ele parece usar o recurso como ferramenta para desarmar adversários e mobilizar sua base.
Ao expor a fragilidade emocional de Bolsonaro diante da Justiça, Lula atinge em cheio o mito da bravura bolsonarista. Ao mesmo tempo, mostra que a memória da tentativa de golpe será um tema central em 2026.
O Carioca Esclarece
O depoimento de Bolsonaro ao STF marca a primeira vez que o ex-presidente responde pessoalmente ao relator do caso de tentativa de golpe. A fala de Lula evidencia o uso estratégico da narrativa jurídica como arma eleitoral.
FAQ
1. O que Lula disse sobre Bolsonaro no evento em Contagem?
Chamou-o de “covardão” e ironizou sua postura no STF: “estava com os lábios secos, quase se borrando”.
2. Bolsonaro admitiu tentativa de golpe no STF?
Não. Disse ter discutido “possibilidades” com militares, mas negou qualquer plano de golpe.
3. Quem são os políticos citados por Lula em Minas?
Rodrigo Pacheco, pré-candidato ao governo; Nikolas Ferreira e Cleitinho, ambos bolsonaristas que Lula criticou por representarem retrocesso.
