Fernanda Torres
Atualizado em 14/12/2025 21:59

A atriz Fernanda Torres discursou neste domingo (14) durante o grande ato político-cultural realizado em Copacabana, no Rio de Janeiro, contra o Congresso Nacional. No carro de som, ao lado de Lenine, a vencedora do Globo de Ouro e indicada ao Oscar 2025 pelo filme Ainda Estou Aqui afirmou que o Congresso “não pode trabalhar para si mesmo” e reforçou pautas ligadas à democracia, aos direitos das mulheres e à proteção ambiental.

Discurso e participação musical
Em sua fala, Fernanda Torres declarou:

“Ainda estamos aqui pelas florestas brasileiras, pelos direitos da mulher, pela democracia. Nós estamos aqui para acordar o Congresso. Eles não podem trabalhar para si mesmos. Ainda estamos aqui.”

Após o discurso, a atriz participou de um dos momentos mais emocionantes do ato ao cantar “Vai Passar”, de Chico Buarque, acompanhada por artistas e pela multidão que ocupou a orla.

Ato Musical 2: O Retorno
O protesto foi batizado de “Ato Musical 2: O Retorno” e reuniu milhares de pessoas contrárias ao Projeto de Lei da Dosimetria, aprovado na Câmara dos Deputados e criticado por abrir espaço para a redução de penas de condenados pela tentativa de golpe de 8 de janeiro. A mobilização foi convocada por Caetano Veloso e deu continuidade ao ato realizado em 21 de setembro, contra a chamada PEC da Blindagem.

Artistas no palco
Além de Caetano, o evento contou com apresentações de Gilberto Gil, Paulinho da Viola, Lenine, Fafá de Belém, Fernanda Abreu, Emicida, Xamã e Baco Exu do Blues, entre outros nomes da música brasileira.

Caetano abriu a parte musical com “Alegria, Alegria” e “Gente”. Vestindo camisa verde e calça amarela, afirmou cantar “pelo Brasil com respeito”, frase respondida pelo público com gritos de “sem anistia”. Em seguida, interpretou “Vaca Profana” e “Podres Poderes”, uma das canções mais entoadas ao longo da manifestação.

Discursos políticos
Antes das apresentações, parlamentares discursaram para o público, entre eles Jandira Feghali (PCdoB-RJ), Talíria Petrone (PSOL-RJ), Benedita da Silva (PT-RJ), Tarcísio Motta (PSOL-RJ), Marcelo Freixo e Glauber Braga (PSOL-RJ). As falas reforçaram críticas ao Congresso e ao avanço de propostas vistas como tentativa de anistia aos envolvidos nos ataques às sedes dos Três Poderes.

Clima e repercussão
Com forte presença popular, o ato combinou cultura e política ao longo da tarde e da noite, com palavras de ordem em defesa da democracia, da Constituição e contra a impunidade. A participação de Fernanda Torres e o coro coletivo em “Vai Passar” consolidaram um dos momentos mais simbólicos da mobilização.

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JR Vital - Diário Carioca
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JR Vital é jornalista e editor do Diário Carioca. Formado no Rio de Janeiro, pela faculdade de jornalismo Pinheiro Guimarães, atua desde 2007, tendo passado por grandes redações.