Buenos Aires – Mais de 50 foragidos brasileiros ligados aos ataques de 8 de janeiro de 2023 enfrentam crescente pressão na Argentina.
A Justiça local endureceu medidas contra os condenados, frustrando expectativas de apoio do presidente Javier Milei, que até agora não demonstrou intenções de favorecer os fugitivos.
Nos últimos meses, a polícia argentina intensificou buscas em endereços declarados pelos foragidos, levando à prisão de cinco pessoas.
No entanto, a maioria continua desaparecida. A análise de pedidos de refúgio e os processos de extradição devem avançar no início de 2025.
Justiça argentina intensifica perseguição
Mandados de prisão emitidos em novembro deram início a uma série de buscas em endereços registrados pelos fugitivos. Agentes de segurança relataram que nenhum dos procurados estava nas localizações informadas, complicando as operações.
Dos mais de 50 condenados, cinco já estão presos. As primeiras audiências sobre esses casos estão previstas para janeiro de 2025, quando advogados e promotores apresentarão argumentos sobre a extradição.
Pedido de refúgio e expectativas frustradas
Os condenados solicitaram refúgio na Argentina, direito garantido por normas internacionais para proteger perseguidos políticos. Contudo, o processo é lento e sigiloso, com análise conduzida pelo Conare, órgão que reúne representantes de ministérios como o de Relações Exteriores e Segurança.
A lei local impede extradição enquanto o pedido de refúgio está sob análise. Mesmo assim, a emissão dos mandados de prisão surpreendeu os foragidos, obrigando-os a repensar suas estratégias.
Milei mantém distância do caso
O presidente ultraliberal Javier Milei, visto como uma esperança para os condenados, não tomou medidas públicas em apoio ao grupo. O governo argentino, até agora, seguiu decisões judiciais e afirmou que continuará respeitando a legislação.
A relação de Milei com o presidente brasileiro Lula não sugere apoio aos fugitivos. Autoridades brasileiras avaliam que o argentino evitará envolver-se em uma questão de alta tensão política.
Vida discreta e novos destinos
Antes visíveis em locais frequentados pela comunidade brasileira, muitos foragidos adotaram um perfil mais discreto. Relatos indicam que alguns já deixaram a Argentina, seguindo para países vizinhos como Chile e Peru.
Um dos casos mais notórios é o de Ueliton Guimarães de Macedo, condenado a 14 anos de prisão pelos atos golpistas. Antes ativo na comunidade brasileira em Buenos Aires, ele teria se mudado para La Plata, segundo informações de moradores locais.
Visitas de aliados políticos
O deputado federal Eduardo Bolsonaro visitou recentemente alguns dos detidos na prisão. Ele estava acompanhado da deputada argentina María Celeste Ponce, aliada de Milei, mas sem influência significativa no governo.
As decisões sobre os pedidos de refúgio e extradição devem ganhar força no primeiro semestre de 2025, trazendo desdobramentos importantes para os envolvidos.
Entenda a situação dos foragidos do 8 de Janeiro
- Fuga para a Argentina: Mais de 50 condenados buscaram refúgio no país em 2023.
- Pedidos de refúgio: Propostas baseadas na alegação de perseguição política.
- Prisão e audiências: Cinco detidos aguardam julgamento sobre extradição.
- Expectativas frustradas: Milei mantém distância e não demonstrou apoio público.
- Futuro incerto: Decisões internacionais esperadas para 2025.