Fotógrafa que flagrou momento da pichação de estátua no STF é ameaçada de morte

22 de março de 2025
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Débora Rodrigues picha a estátua "A Justiça" durante os atos de 8 de janeiro. © Joedson Alves/Agencia Brasil
Débora Rodrigues picha a estátua "A Justiça" durante os atos de 8 de janeiro. © Joedson Alves/Agencia Brasil

Brasília – A fotógrafa Gabriela Biló enfrenta uma onda de ameaças e ataques virtuais após divulgar a imagem que registrou Débora Rodrigues dos Santos vandalizando uma estátua durante os atos de 8 de janeiro de 2023.

O registro se tornou uma das principais provas no julgamento conduzido pelo Supremo Tribunal Federal (STF). Desde a divulgação do voto do relator Alexandre de Moraes, que condenou Débora a 14 anos de prisão, os ataques contra a jornalista se intensificaram.

Onda de ataques e desinformação

Nas redes sociais, perfis bolsonaristas iniciaram uma campanha de desinformação contra Biló, questionando a autenticidade da imagem e acusando-a de “militância”. Comentaristas extremistas passaram a divulgar mensagens ofensivas, promovendo intimidação contra a fotógrafa.

Um usuário escreveu no X: “Gabriela Biló entregou a manicure Débora para Alexandre de Moraes.” Outra publicação ameaçava: “A mão de Deus cairá sobre você como você caiu em cima da Débora.”

Padrão de perseguição a jornalistas

A perseguição à jornalista segue um padrão de ataques contra a imprensa, especialmente contra mulheres.

Durante o governo Jair Bolsonaro, linchamentos virtuais e campanhas de ódio se tornaram estratégias frequentes contra profissionais que expõem fatos incômodos para determinados grupos políticos.


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O julgamento de Débora Rodrigues

Os defensores de Débora argumentam que 14 anos de prisão por “pichar uma estátua” é uma punição exagerada. Contudo, o STF avalia um contexto maior: sua participação ativa em atos que visavam o desmonte do Estado Democrático de Direito.

Desde o fim das eleições de 2022, Débora participou de acampamentos diante de quartéis, defendeu uma intervenção militar e, em 8 de janeiro, integrou a invasão e depredação dos Três Poderes.

Crimes julgados pelo STF

O STF não analisa um ato isolado, mas uma série de crimes:

  • Abolição violenta do Estado Democrático de Direito (art. 359-L do CP);
  • Tentativa de golpe de Estado (art. 359-M);
  • Dano qualificado com violência (art. 163, parágrafo único, I, III e IV);
  • Associação criminosa armada (art. 288, parágrafo único);
  • Deterioração de patrimônio tombado (art. 62, I da Lei 9.605/98).

Segundo Moraes, a atuação de Débora nos atos de 8 de janeiro foi premeditada, afastando a hipótese de que teria entrado na Praça dos Três Poderes de forma desavisada.


Entenda o caso: A condenação de Débora Rodrigues

  • Registro do crime: A foto de Gabriela Biló ajudou a comprovar a participação de Débora Rodrigues nos atos de 8 de janeiro.
  • Ataques à jornalista: Perfis bolsonaristas passaram a espalhar desinformação e ameaças.
  • Julgamento no STF: O tribunal condenou Débora a 14 anos de prisão por diversos crimes.
  • Padrão de perseguição: Profissionais de imprensa são alvos frequentes de ataques virtuais.

As informações são do Diário do Centro do Mundo

Redacao

Equipe de jornalistas do Jornal DC - Diário Carioca

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