O deputado Glauber Braga (PSOL-RJ) e um grupo de aliados acionaram criminalmente o presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB), junto à Procuradoria-Geral da República (PGR).
Eles acusam Motta de ser o “mandante das ações agressivas e truculentas” da Polícia Legislativa durante a sessão da última terça-feira (9).
A representação foi protocolada na quarta-feira (10) e solicita uma investigação por “lesão corporal” e “violência política de gênero”.
Quem Assina a Denúncia
Além de Glauber Braga, a denúncia é assinada pelas deputadas Sâmia Bomfim (PSOL-SP) e Célia Xakriabá (PSOL-MG), e pelos deputados Dorinaldo Malafaia (PDT-AP) e Rogério Correia (PT-MG).
O grupo solicita que a PGR exija o envio dos registros de vídeo, áudio e transmissão da sessão interrompida. Também é pedida a identificação completa dos policiais legislativos envolvidos na ação.
A Retirada Forçada e a Agressão
Glauber Braga foi retirado à força da cadeira da Mesa Diretora na noite de terça-feira. Ele se recusava a deixar o local em protesto contra a decisão de Hugo Motta de pautar a votação para sua cassação.
Durante a intervenção, ocorreram empurrões contra o deputado e também contra jornalistas que acompanhavam a movimentação no plenário. A TV Câmara chegou a interromper a transmissão no momento da retirada.
Punição Convertida em Suspensão
Na quarta-feira (10), a Câmara decidiu substituir a cassação — sugerida pelo Conselho de Ética — pela suspensão do mandato de Glauber Braga por seis meses.
A mudança foi viabilizada após uma emenda do PT ser aprovada por 318 votos a 141, com 3 abstenções. A punição foi formalizada pela Resolução 32/25.
O processo contra o deputado foi motivado por uma acusação do partido Novo, que alegou quebra de decoro após Braga ter expulsado, com empurrões e chutes, o influenciador Gabriel Costenaro, então do MBL, das dependências da Câmara em abril de 2024.
