Brasília, 6 de agosto de 2025 — O presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB), afirmou nesta quarta-feira que qualquer parlamentar que tentar impedir o funcionamento do plenário será suspenso do mandato. A declaração foi feita em resposta ao protesto de oposicionistas ligados a Jair Bolsonaro (PL), que ocupam desde segunda-feira os espaços físicos das duas Casas Legislativas.
A declaração ocorre em meio ao agravamento da crise institucional gerada pela prisão domiciliar de Bolsonaro, determinada pelo Supremo Tribunal Federal (STF). O grupo oposicionista, composto por parlamentares do PL e da extrema direita, tem obstruído votações como forma de retaliação.
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Sessão presencial na Câmara e remota no Senado
Para conter o bloqueio, Hugo Motta marcou sessão presencial ainda na noite desta quarta-feira (6). Em reunião com líderes partidários, o presidente da Câmara alertou que poderá recorrer à Polícia Legislativa para garantir o acesso ao plenário e o cumprimento da pauta. “Não vamos tolerar sabotagens”, afirmou.
Já no Senado Federal, o presidente Davi Alcolumbre (União Brasil-AP) decidiu realizar a sessão de quinta-feira (7) em formato remoto, citando a necessidade de manter a agenda de votações e proteger o funcionamento da Casa. Ele classificou o movimento como uma tentativa de intimidação e reforçou que o Parlamento “não será refém de ações antidemocráticas”.
Entre as prioridades do Senado está o projeto que amplia a isenção do Imposto de Renda para quem recebe até dois salários mínimos.
Bolsonaro sob tornozeleira eletrônica e pressão no Congresso
A ocupação dos plenários ocorre após o STF determinar a prisão domiciliar de Jair Bolsonaro, com uso de tornozeleira eletrônica, por descumprimento de medidas cautelares e suspeita de tentativa de coação do Judiciário.
A oposição classifica a decisão como perseguição política. Deputados ligados ao ex-presidente têm pressionado para que a Mesa Diretora da Câmara reaja, enquanto senadores governistas articulam punições contra parlamentares envolvidos em atos de desinformação e incentivo a rupturas institucionais.
A situação acirrou o clima entre os Poderes, e líderes da base aliada buscam formas de manter a governabilidade sem ceder a chantagens de grupos minoritários.