Chantagem Parlamentar

Hugo Motta detona Jordy e desmoraliza chantagem ridícula do PL

16 de julho de 2025
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Hugo Motta
Hugo Motta

Brasília, 15 de julho de 2025 — Hugo Motta se recusou a ceder à ameaça do deputado Carlos Jordy durante votação da PEC dos Precatórios e reafirmou a legalidade da decisão da Mesa.

Princípios Intransigentes

A sessão da Câmara dos Deputados desta terça (15) expôs em público a tentativa da extrema direita de tensionar o processo legislativo por meio de chantagem explícita. Diante da insatisfação do deputado Carlos Jordy (PL-RJ) com a retirada de um destaque à PEC dos Precatórios, o presidente da Casa, Hugo Motta (Republicanos-PB), respondeu com clareza e firmeza: “Não funciono sob ameaça”.

A frase não foi retórica. Foi ato político — e linha divisória. Em plena sessão deliberativa, o bolsonarismo tentou transformar uma disputa interna do PL em crise institucional. Jordy exigiu a manutenção de um destaque que já havia sido retirado pelo líder da bancada, Sóstenes Cavalcante. Motta não apenas rechaçou a investida como reafirmou a integridade da Secretaria-Geral da Mesa: “Nessa Mesa aqui tem pessoas de bem que jamais tirariam um destaque se não fosse autorizado”.

Tentativa de ameaça exposta em plenário

Ao dizer que o PL orientaria contra a PEC caso o destaque não fosse mantido, Jordy buscou emparedar a Presidência da Câmara. Motta respondeu no ato, sem titubear: “O PL orienta como quiser, mas comigo não funciona. Não vai apresentar o destaque. Não há mais prazo regimental”.

A cena — transmitida ao vivo — rompeu com a prática tolerante que por vezes protege a retórica agressiva do bolsonarismo na Câmara. Motta não cedeu, não contemporizou, não relativizou. Deixou claro que o regimento é o único critério que orienta as decisões da Mesa. E que ameaça, mesmo velada, será tratada como deve: com repúdio público.

Ruptura no PL expõe fragilidade da oposição

A crise foi interna, mas o bolsonarismo tentou projetá-la sobre o Legislativo. Jordy alegou que o líder do PL não havia retirado o destaque. Motta, com base na comunicação formal da liderança, desmentiu. Ao insistir, Jordy passou recibo da desorganização do próprio bloco, tentando responsabilizar a Mesa por uma disputa que é dele com o próprio partido.

Essa dissonância expõe não apenas a fragilidade tática do PL, mas a ruptura entre sua ala institucional e seu núcleo extremista. E revela uma oposição desorientada, que age por impulsos e recorre à chantagem quando perde no regimento.

Regimento, soberania e autoridade parlamentar

A PEC dos Precatórios é apenas o pano técnico da votação. O conteúdo da sessão foi outro: o esforço reiterado da extrema direita em desestabilizar as instituições, deslegitimar os mecanismos internos da Câmara e subverter os ritos legislativos em nome de disputas faccionais.

Ao não permitir que o debate se transformasse em tribunal político, Hugo Motta reafirmou algo que o Brasil não pode perder de vista: o Parlamento tem regras, prazos e autoridade. E quem tenta atropelá-los com ameaças não está em divergência — está em ataque deliberado ao processo democrático.

Voz firme, sem disfarce de moderação

A frase que encerrou o episódio foi definitiva: “Comigo não funciona”. Disse tudo. Sem filtro, sem eufemismo, sem passaporte para o negacionismo parlamentar que o bolsonarismo insiste em tentar reabilitar. Motta não apenas blindou a Mesa da chantagem — também deixou explícito que o PL será responsável por sua própria orientação. E que não haverá concessão ao caos performático.

Enquanto parte da oposição aposta no tumulto como estratégia de sobrevivência política, a Presidência da Câmara assumiu, neste episódio, um papel que há tempos vinha sendo evitado: o de impor limite.

Perguntas e Respostas

O que motivou o confronto entre Motta e Jordy?
Carlos Jordy tentou reverter a retirada de um destaque do PL à PEC dos Precatórios.

O destaque foi retirado legalmente?
Sim. O líder do partido, deputado Sóstenes Cavalcante, autorizou formalmente a retirada.

Houve ameaça de retaliação?
Sim. Jordy disse que o PL orientaria voto contra a PEC caso o destaque não fosse mantido.

Como Motta reagiu à ameaça?
Rejeitou a pressão, reafirmou o regimento e encerrou a discussão: “Comigo não funciona”.

O PL poderá reapresentar o destaque?
Não. O prazo regimental para apresentação de destaques já havia expirado.

JR Vital

JR Vital

JR Vital é jornalista e editor do Diário Carioca. Formado no Rio de Janeiro, pela faculdade de jornalismo Pinheiro Guimarães, atua desde 2007, tendo passado por grandes redações.

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