O Supremo Tribunal Federal (STF) agendou o julgamento de Jair Bolsonaro (PL) para 2 de setembro, com conclusão prevista em 12 de setembro, englobando o feriado de 7 de Setembro, quando bolsonaristas planejam atos pelo país. A decisão reforça a tensão entre o ex-presidente e a Corte, enquanto o calendário busca encerrar o processo antes das eleições de 2026.
Julgamento estratégico ou coincidência?
O cronograma do STF, segundo interlocutores de Cristiano Zanin, presidente da Primeira Turma, e do relator Alexandre de Moraes, não considerou a “segurança” como fator determinante. A prioridade, afirmam, é concluir o caso rapidamente, garantindo clareza jurídica sobre o destino de Bolsonaro com antecedência de um ano das eleições presidenciais.
Ministros do Supremo lembram que o alinhamento com o 7 de Setembro ou a troca na presidência do tribunal — de Luís Roberto Barroso para Edson Fachin, em 29 de setembro — foi efeito colateral, sem interferir na decisão do calendário oficial.
Inelegibilidade e manobras políticas
Embora Bolsonaro esteja oficialmente inelegível pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE), aliados ainda apostam em reversões futuras, especialmente quando Kassio Nunes Marques, indicado pelo ex-presidente, assumir a presidência do TSE em agosto de 2026. A vice-presidência também ficará com André Mendonça, outro ministro ligado a Bolsonaro.
Caso haja condenação criminal, contudo, a possibilidade de contornar a inelegibilidade no STF será bloqueada, fechando um caminho jurídico considerado crítico para o ex-presidente.
Segurança e tensão política
Nos bastidores, ministros citam risco potencial: Cristiano Zanin e Alexandre de Moraes já figuraram entre possíveis alvos de grupos de extermínio vinculados a bolsonaristas radicais. A coincidência com atos do 7 de Setembro aumenta a pressão política, reforçando que a Corte atua sob intensa visibilidade nacional.
O STF reforça que a conclusão antes de outubro permite sustentar institucionalmente a decisão e acalmar o ambiente político, garantindo que a definição sobre Bolsonaro seja firme e clara antes do início da corrida eleitoral de 2026.