A ministra Isabel Gallotti encerrou em 19 de novembro de 2025 seu mandato no Tribunal Superior Eleitoral (TSE), após participar em 18 de sua última sessão como integrante efetiva da Corte e corregedora-geral eleitoral. Durante três anos no TSE, Gallotti consolidou um legado de firme atuação em defesa da paridade de gênero, combate à violência política contra mulheres, e rigor no julgamento de casos de abuso de poder, consolidando avanços técnicos e institucionais na Justiça Eleitoral.
Isabel Gallotti: trajetória marcada por firmeza e avanços na Justiça Eleitoral
A saída da ministra Isabel Gallotti, do Tribunal Superior Eleitoral, abre vaga destinada ao Superior Tribunal de Justiça (STJ), que será ocupada pelo ministro Ricardo Villas Bôas Cueva, enquanto a Corregedoria-Geral da Justiça Eleitoral passará a ser comandada pelo ministro Antônio Carlos Ferreira. Gallotti assumiu como ministra efetiva em novembro de 2023 após três anos de atuação, inicialmente como substituta desde 2022.
Durante sua passagem, Isabel Gallotti destacou-se na defesa da paridade de gênero, propondo listas tríplices compostas exclusivamente por mulheres para vagas de juristas nos Tribunais Regionais Eleitorais (TREs). Ela também relatou o primeiro julgamento sobre violência política de gênero no TSE, marcando uma pauta inédita e fundamental para a inclusão e segurança das mulheres na política brasileira.
Ao longo do mandato, Gallotti votou decisivamente em processos cruciais, sendo relatora das ações que pediam a inelegibilidade por abuso de poder nas eleições de 2022, incluindo votações contra os governadores Cláudio Castro (PL-RJ) e Antônio Denarium (PP-RR), determinando a necessidade de novas eleições.
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Gestão na Corregedoria-Geral: modernização e segurança eleitoral
Como corregedora-geral entre setembro de 2024 e novembro de 2025, Gallotti implementou 15 novas versões do sistema ELO, aprimorou o cadastro eleitoral e o sistema Infodip, atualizou o manual de códigos ASE para controle rigoroso de dados dos eleitores, e validou 60 iniciativas de cartórios e corregedorias em todo o país com selos de boa prática e cidadania.
Sob sua supervisão, foi arquivado o inquérito administrativo contra o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), que investigava ataques reiterados às urnas eletrônicas desde 2021. Sua gestão apostou na padronização de procedimentos e no reforço da segurança do aplicativo e-Título, que obteve autenticação em dois fatores, ampliando a proteção do processo eleitoral.
Homenagens e legado institucional
Na última sessão plenária, a ministra recebeu homenagens da presidente do TSE, ministra Cármen Lúcia, do Ministério Público Eleitoral e da advocacia, que ressaltaram a firmeza, tranquilidade e a profundidade técnica com que Gallotti conduziu suas funções. O vice-procurador-geral eleitoral enalteceu seu trabalho no combate à violência política de gênero.
Ao despedir-se, Isabel Gallotti declarou: “O Direito Eleitoral é fascinante, é sonho, é esperança de um futuro melhor. Foi um aprendizado riquíssimo e inspirador. Despeço-me com saudades, mas com a consciência do dever cumprido.”
Perfil da ministra
Natural do Rio de Janeiro, Isabel Gallotti é formada em Direito pela Universidade de Brasília (UnB) e ministra do Superior Tribunal de Justiça desde 2010. Sua carreira inclui passagens pelo Ministério Público Federal, Tribunal Regional Federal da 1ª Região (TRF-1), além de ampla atuação nas Justiças Federal e do Trabalho.




