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Julia Zanatta admite que usou filha de quatro meses como escudo em motim bolsonarista

Deputada do PL levou bebê para protesto e ocupou a cadeira da Presidência da Câmara; críticas apontam exploração política de criança

Brasília, 6 de agosto de 2025 — A deputada Julia Zanatta (PL-SC) gerou polêmica nesta quarta-feira ao participar do protesto bolsonarista que ocupou o plenário da Câmara dos Deputados com a filha de quatro meses no colo.

O ato, organizado por parlamentares da oposição, teve como objetivo pressionar o Supremo Tribunal Federal (STF) a revogar a prisão domiciliar do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).

Julia Zanatta admite que usou filha de quatro meses como escudo em motim bolsonarista | Diário Carioca

Zanatta, que antecipou o retorno da licença-maternidade, sentou-se na cadeira da Presidência da Câmara e exibiu a filha no plenário ocupado. Em vídeo publicado nas redes sociais, ironizou a ação:

“Se fosse eu e Olívia presidindo a sessão, seria só: defesa da vida, armamento civil, anistia, prisão pra bandido. Isso aí”, afirmou, referindo-se à filha.

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Deputada responde a críticas: “Canalhas!”

Após a repercussão negativa do vídeo, Julia Zanatta reagiu nas redes sociais afirmando que está sendo vítima de ataques misóginos e que os críticos querem “inviabilizar o exercício profissional de uma mulher”.

“Os que estão atacando minha bebê não estão preocupados com a integridade da criança (nenhum abortista jamais esteve). Eles querem é INVIABILIZAR o exercício profissional de uma MULHER usando SIM uma criança como escudo”, escreveu, em tom indignado.

A publicação incluiu a palavra “CANALHAS!” e o emoji de escudo, reafirmando a intenção simbólica do ato.


Obstrução bolsonarista paralisa Congresso

A ação de Zanatta integra o motim bolsonarista que ocupou as Mesas Diretoras da Câmara e do Senado desde a noite de terça-feira (5), impedindo a realização das sessões. A mobilização foi convocada por deputados do PL com apoio de setores do União Brasil e do PP, que reivindicam a votação de anistia para aliados de Bolsonaro envolvidos em atos golpistas.

O presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), classificou o movimento como “inaceitável” e autorizou a Polícia Legislativa a retirar parlamentares que obstruíssem os trabalhos. Após mais de duas horas de impasse, a sessão foi reaberta na noite desta quarta-feira.


Especialistas veem manipulação simbólica

Juristas e parlamentares da base governista condenaram o uso de uma criança em um protesto de teor político e institucional. A presença da filha de Zanatta na cadeira da presidência foi vista como um gesto de espetacularização da política, reforçando o discurso emocional que mistura religião, família e militarismo conservador.

Para críticos, a deputada usou a filha como escudo retórico e visual, blindando-se de críticas e buscando comoção nas redes.

“É um ato planejado de comunicação política, não espontâneo”, afirmou um parlamentar do PT, sob condição de anonimato.


Entenda o contexto

Quem é Julia Zanatta?
Deputada federal de primeiro mandato, eleita pelo PL-SC, ligada ao núcleo ideológico do bolsonarismo e defensora do armamento civil e da pauta conservadora.

Por que ela levou a filha?
A parlamentar retornou da licença-maternidade para integrar o protesto contra a prisão de Bolsonaro, e usou a filha como símbolo da “resistência materna”.

O que diz a legislação?
Não há proibição de presença de filhos no plenário, mas especialistas alertam para o uso indevido da imagem de crianças em atos políticos, especialmente em ambientes de confronto institucional.

Qual foi a reação da Câmara?
Hugo Motta alertou que atos de obstrução resultariam em suspensão de mandato e autorizou a presença da polícia legislativa. Não comentou diretamente o uso de crianças no protesto.


Fechamento interpretativo

A presença de uma bebê no centro de uma disputa entre Legislativo e Judiciário escancara a escalada do populismo performático no Congresso. Ao instrumentalizar imagens familiares para reforçar o discurso de perseguição, parlamentares bolsonaristas como Julia Zanatta tentam remodelar a crise institucional como um embate moral, buscando imunidade simbólica frente às sanções políticas. O gesto, no entanto, acentua o desgaste da Câmara, transformada em palco de confronto e espetáculo.

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Equipe de jornalistas do Jornal DC - Diário Carioca

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