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Justiça condena governo Tarcísio por incentivar trabalho infantil

Decisão aponta que o Estado de São Paulo fomentou contratações ilegais de adolescentes em áreas de risco, como construção civil e marcenaria

A Justiça do Trabalho condenou o governo de Tarcísio de Freitas (Republicanos) a pagar R$ 2 milhões em danos morais coletivos por incentivar práticas de trabalho infantil em escolas estaduais do interior paulista.

A decisão envolve cerca de 300 alunos contratados de forma irregular em Porto Feliz, na região de Itu.

Alunos em áreas de risco e sem proteção legal

De acordo com o Ministério Público do Trabalho (MPT), os estudantes atuavam sem registro de menor aprendiz ou em jornadas proibidas por lei.

Parte deles foi encaminhada a setores de alto risco para menores de 18 anos, como construção civil, marcenaria, borracharias, fazendas e indústria têxtil.

Escolas participaram da intermediação ilegal

As investigações mostraram que escolas estaduais atuaram como intermediárias entre empresas e adolescentes, incentivando contratações irregulares. Para o juiz Valdir Rinaldi Silva, do Juizado da Infância e Adolescência de Sorocaba, ficou comprovada a responsabilidade do Estado:

“A atuação das escolas na intermediação ou fomento dessas contratações mostrou-se essencial para a ocorrência das violações”.

Governo recusou acordo e alegou vulnerabilidade social

O MPT chegou a propor um Termo de Ajuste de Conduta (TAC), mas a Secretaria de Educação recusou. Em defesa, a pasta alegou que a fiscalização deveria ser compartilhada com empresas e que, em muitos casos, os salários dos alunos eram a única renda das famílias em vulnerabilidade social.

Condenação prevê medidas pedagógicas

Além da indenização milionária, a decisão obriga o governo a proibir práticas semelhantes em até 120 dias, sob pena de multa diária de R$ 5 mil.

A sentença também determina que o texto seja afixado em todas as escolas estaduais, para que pais, alunos e professores tenham ciência da condenação e possam denunciar novos abusos.

Estado promete recorrer

Em nota, o governo paulista informou que a Procuradoria-Geral do Estado estuda medidas para recorrer da sentença. Até o momento, não há definição se o caso será levado a instâncias superiores.


O episódio reacende o debate sobre a exploração do trabalho infantil no Brasil. Mesmo após avanços, milhões de crianças e adolescentes ainda são submetidos a atividades ilegais e perigosas em diferentes setores econômicos.

Para juristas e entidades de defesa dos direitos da infância, a condenação contra o governo Tarcísio representa um precedente importante na luta contra a exploração infantojuvenil.

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Redacaohttps://www.diariocarioca.com
Equipe de jornalistas do Jornal DC - Diário Carioca

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