Foto: Andressa Anholete/Agência Senado
Atualizado em 25/11/2025 01:30

Brasília, 1º de julho de 2025 – Em reação articulada à agenda de cortes sociais, mais de 70 entidades lançam carta pública e plebiscito popular pela justiça tributária. O documento denuncia a blindagem de super-ricos e pressiona o Congresso a aprovar medidas que taxem grandes fortunas e acabem com os privilégios de militares e do Judiciário.


Carta denuncia ofensiva neoliberal e exige reforma tributária justa

Em movimento coordenado, mais de 70 organizações sociais, sindicais e acadêmicas lançaram nesta terça-feira (1/7) uma carta-manifesto que denuncia os ataques da elite econômica à política social do governo Lula. O documento repudia a tentativa de setores do Congresso, liderados por Arthur Lira, de forçar cortes orçamentários em áreas essenciais como saúde, educação e previdência, ao mesmo tempo em que protegem supersalários, isenções bilionárias e fundos especulativos.


Congresso protege super-ricos e sabota equilíbrio social

A carta é incisiva ao apontar que “o Congresso — dominado por representantes das elites econômicas — age como guardião dos privilégios”. Enquanto trabalhadores são pressionados por uma política de austeridade, 141 mil brasileiros com renda acima de R$ 50 mil mensais seguem isentos de reformas, beneficiados por um sistema regressivo e desigual.

Entre as exigências, as entidades pedem:

  • Isenção do imposto de renda para quem ganha até R$ 5 mil;
  • Tributação sobre grandes fortunas, fundos exclusivos e lucros de exportadoras;
  • Revisão de renúncias fiscais que somam R$ 500 bilhões por ano;
  • Fim dos supersalários no Judiciário e da aposentadoria especial de militares;
  • Corte de emendas parlamentares que chegam a R$ 50 bilhões anuais.

Além do manifesto, as entidades lançaram o Plebiscito Popular Por um Brasil Mais Justo, que ocorrerá até 7 de setembro. A população será convidada a votar sobre temas como a escala 6×1, a isenção do IR para quem ganha até R$ 5 mil e a taxação dos super-ricos.

A iniciativa é organizada por uma frente plural, com apoio de movimentos populares, entidades feministas, organizações negras, coletivos estudantis e grupos religiosos progressistas. A expectativa é envolver milhões de brasileiros em uma mobilização pela reforma tributária solidária.


Entidades signatárias incluem MST, UNE, IBASE e Oxfam

O documento é assinado por organizações como:

Movimentos sociais: MST, MTST, CMP, Marcha Mundial das Mulheres, Levante Popular da Juventude, FNRU, Frente Brasil Popular.
Entidades acadêmicas e sindicais: UNE, DIEESE, ADUFMS, ADUFSJ, APUBH, SINSEP/MS, SINDAEN, PSOL.
Instituições de pesquisa: IBASE, INESC, IJF, Instituto Alziras, SOS Corpo.
ONGs e redes temáticas: Oxfam Brasil, Koinonia, Casa Marielle Franco, Sempreviva Organização Feminista, Plataforma por Outro Sistema Político.

A lista completa inclui coletivos locais, sindicatos e redes de articulação em todo o país, demonstrando a amplitude e diversidade da coalizão.


O Diário Carioca Esclarece

O que é justiça tributária?
É um sistema em que quem tem mais paga mais, e quem tem menos é protegido. No Brasil, os mais pobres pagam proporcionalmente mais impostos que os ricos.

O que são renúncias fiscais?
São isenções ou benefícios que o Estado concede a empresas ou setores econômicos. Hoje, somam R$ 500 bilhões por ano.

Quem são os super-ricos?
Brasileiros que recebem rendas mensais acima de R$ 50 mil — cerca de 141 mil pessoas —, muitos dos quais não pagam imposto de renda proporcional à sua fortuna.

Confira a lista completa das entidades:

  • Frente Brasil Popular
  • Frente Povo Sem Medo
  • ADUFMS – Associação dos Docentes da Universidade Federal de Mato Grosso do Sul
  • ADUFSJ – Associação dos Docentes da Universidade Federal de São João del-Rei
  • APUBH/UFMG – Sindicato dos Professores da Universidade Federal de Minas Gerais
  • Associação de Apoio aos Direitos Humanos do Alto Tietê
  • Associação Mulheres Evangélicas pela Igualdade de Gênero
  • Casa Laudelina de Campos Mello – Organização da Mulher Negra / Articulação de Organizações de Mulheres Negras Brasileiras
  • Casa Marielle Franco Brasil
  • CESE – Coordenadoria Ecumênica de Serviço
  • CFEMEA – Centro Feminista de Estudos e Assessoria
  • Centro de Assessoria e Apoio aos Trabalhadores/as da Região Metropolitana de Fortaleza
  • Centro Ecumênico de Estudos Bíblicos
  • CMP – Central dos Movimentos Populares
  • CMP-MS – Central dos Movimentos Populares de Mato Grosso do Sul
  • CONAM – Confederação Nacional das Associações de Moradores
  • DCE-UNIMONTES – Diretório Central dos Estudantes da Universidade Estadual de Montes Claros
  • DIEESE – Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos
  • Diretório Acadêmico de Geografia da Universidade Federal de Alagoas
  • Evangélicos pela Justiça
  • FECOSUL- Federação dos Comerciários do Sul
  • FMPE – Fórum de Mulheres de Pernambuco
  • FMM – Fórum Maringaense de Mulheres
  • FNRU – Fórum Nacional de Reforma Urbana
  • Fórum Alagoano de Economia Solidária
  • Fórum da Amazônia Oriental
  • IBASE – Instituto Brasileiro de Análises Sociais e Econômicas
  • IJF – Instituto Justiça Fiscal
  • INESC – Instituto de Estudos Socioeconômicos
  • Instituto Alziras
  • Instituto Soma Brasil
  • Instituto Vidas Amazônicas – Gênero, Democracia e Justiça Socioambiental
  • Iser Assessoria
  • Jubileu Sul Brasil
  • KOINONIA – Presença Ecumênica e Serviço
  • LabdadosBrasil
  • Levante Popular da Juventude
  • Marcha Mundial das Mulheres
  • MNCP-PE – Movimento Nacional das Cidadãs Posithivas – Pernambuco
  • MNDH – Movimento Nacional de Direitos Humanos
  • MNU – Movimento Negro Unificado
  • Movimento Brasil Popular
  • Movimento Vaitegorda
  • MST – Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra
  • MTST – Movimento dos Trabalhadores Sem Teto
  • N’ZINGA – Coletivo de Mulheres Negras de Minas Gerais
  • ONG Taramela ATAC
  • OXFAM – Oxfam Brasil
  • Panela de Expressão – Etnogastronomia, Gênero e Comunicação
  • Partido Comunista Brasileiro – Célula de Maringá/PR
  • Pastoral da Juventude Rural
  • Pastoral dos Grupos de Família
  • Plataforma dos Movimentos Sociais por Outro Sistema Político
  • Processo de Articulação e Diálogo entre Agências Ecumênicas Europeias e Parceiros Brasileiros
  • PSOL – Partido Socialismo e Liberdade
  • PSOL-AL – PSOL Alagoas
  • PSOL – PSOL Maringá/PR
  • PÚBLICA – Central do Servidor
  • Rede Brasil Afroempreendedor
  • Rede da Agricultura Familiar
  • Rede de Desenvolvimento Humano
  • Rede Feminista de Saúde
  • Rede Quilombação
  • REDE SAPATÀ – Rede Nacional da Promoção e Controle Social da Saúde, Cultura e Direitos LGBTs Negras
  • Resistência PSOL
  • Resistência/PSOL – Rio das Ostras/RJ
  • SASEAL – Sindicato dos Assistentes Sociais do Estado de Alagoas
  • SEB – Sindicato dos Engenheiros da Bahia
  • Sempreviva Organização Feminista
  • SINDAEN – Sindicato dos Trabalhadores no Saneamento
  • SINSEP/MS – Sindicato dos Trabalhadores no Serviço Público Federal de Mato Grosso do Sul
  • SOS CORPO – Instituto Feminista para a Democracia
  • Terra de Direitos
  • UBM – União Brasileira de Mulheres
  • UNE – União Nacional dos Estudantes
  • GRUPO CURUMIM
  • Coletivo Popular Direito à Cidade – Porto Velho – Rondônia
  • Sintracoop Maringá
Author
JR Vital - Diário Carioca

JR Vital

JR Vital é jornalista e editor do Diário Carioca. Formado no Rio de Janeiro, pela faculdade de jornalismo Pinheiro Guimarães, atua desde 2007, tendo passado por grandes redações.

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JR Vital é jornalista e editor do Diário Carioca. Formado no Rio de Janeiro, pela faculdade de jornalismo Pinheiro Guimarães, atua desde 2007, tendo passado por grandes redações.

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