Brasília, 1º de julho de 2025 – Em reação articulada à agenda de cortes sociais, mais de 70 entidades lançam carta pública e plebiscito popular pela justiça tributária. O documento denuncia a blindagem de super-ricos e pressiona o Congresso a aprovar medidas que taxem grandes fortunas e acabem com os privilégios de militares e do Judiciário.
Carta denuncia ofensiva neoliberal e exige reforma tributária justa
Em movimento coordenado, mais de 70 organizações sociais, sindicais e acadêmicas lançaram nesta terça-feira (1/7) uma carta-manifesto que denuncia os ataques da elite econômica à política social do governo Lula. O documento repudia a tentativa de setores do Congresso, liderados por Arthur Lira, de forçar cortes orçamentários em áreas essenciais como saúde, educação e previdência, ao mesmo tempo em que protegem supersalários, isenções bilionárias e fundos especulativos.
Congresso protege super-ricos e sabota equilíbrio social
A carta é incisiva ao apontar que “o Congresso — dominado por representantes das elites econômicas — age como guardião dos privilégios”. Enquanto trabalhadores são pressionados por uma política de austeridade, 141 mil brasileiros com renda acima de R$ 50 mil mensais seguem isentos de reformas, beneficiados por um sistema regressivo e desigual.
Entre as exigências, as entidades pedem:
- Isenção do imposto de renda para quem ganha até R$ 5 mil;
- Tributação sobre grandes fortunas, fundos exclusivos e lucros de exportadoras;
- Revisão de renúncias fiscais que somam R$ 500 bilhões por ano;
- Fim dos supersalários no Judiciário e da aposentadoria especial de militares;
- Corte de emendas parlamentares que chegam a R$ 50 bilhões anuais.
Lançado plebiscito popular por um Brasil mais justo
Além do manifesto, as entidades lançaram o Plebiscito Popular Por um Brasil Mais Justo, que ocorrerá até 7 de setembro. A população será convidada a votar sobre temas como a escala 6×1, a isenção do IR para quem ganha até R$ 5 mil e a taxação dos super-ricos.
A iniciativa é organizada por uma frente plural, com apoio de movimentos populares, entidades feministas, organizações negras, coletivos estudantis e grupos religiosos progressistas. A expectativa é envolver milhões de brasileiros em uma mobilização pela reforma tributária solidária.
Entidades signatárias incluem MST, UNE, IBASE e Oxfam
O documento é assinado por organizações como:
Movimentos sociais: MST, MTST, CMP, Marcha Mundial das Mulheres, Levante Popular da Juventude, FNRU, Frente Brasil Popular.
Entidades acadêmicas e sindicais: UNE, DIEESE, ADUFMS, ADUFSJ, APUBH, SINSEP/MS, SINDAEN, PSOL.
Instituições de pesquisa: IBASE, INESC, IJF, Instituto Alziras, SOS Corpo.
ONGs e redes temáticas: Oxfam Brasil, Koinonia, Casa Marielle Franco, Sempreviva Organização Feminista, Plataforma por Outro Sistema Político.
A lista completa inclui coletivos locais, sindicatos e redes de articulação em todo o país, demonstrando a amplitude e diversidade da coalizão.
O Diário Carioca Esclarece
O que é justiça tributária?
É um sistema em que quem tem mais paga mais, e quem tem menos é protegido. No Brasil, os mais pobres pagam proporcionalmente mais impostos que os ricos.
O que são renúncias fiscais?
São isenções ou benefícios que o Estado concede a empresas ou setores econômicos. Hoje, somam R$ 500 bilhões por ano.
Quem são os super-ricos?
Brasileiros que recebem rendas mensais acima de R$ 50 mil — cerca de 141 mil pessoas —, muitos dos quais não pagam imposto de renda proporcional à sua fortuna.
Confira a lista completa das entidades:
- Frente Brasil Popular
- Frente Povo Sem Medo
- ADUFMS – Associação dos Docentes da Universidade Federal de Mato Grosso do Sul
- ADUFSJ – Associação dos Docentes da Universidade Federal de São João del-Rei
- APUBH/UFMG – Sindicato dos Professores da Universidade Federal de Minas Gerais
- Associação de Apoio aos Direitos Humanos do Alto Tietê
- Associação Mulheres Evangélicas pela Igualdade de Gênero
- Casa Laudelina de Campos Mello – Organização da Mulher Negra / Articulação de Organizações de Mulheres Negras Brasileiras
- Casa Marielle Franco Brasil
- CESE – Coordenadoria Ecumênica de Serviço
- CFEMEA – Centro Feminista de Estudos e Assessoria
- Centro de Assessoria e Apoio aos Trabalhadores/as da Região Metropolitana de Fortaleza
- Centro Ecumênico de Estudos Bíblicos
- CMP – Central dos Movimentos Populares
- CMP-MS – Central dos Movimentos Populares de Mato Grosso do Sul
- CONAM – Confederação Nacional das Associações de Moradores
- DCE-UNIMONTES – Diretório Central dos Estudantes da Universidade Estadual de Montes Claros
- DIEESE – Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos
- Diretório Acadêmico de Geografia da Universidade Federal de Alagoas
- Evangélicos pela Justiça
- FECOSUL- Federação dos Comerciários do Sul
- FMPE – Fórum de Mulheres de Pernambuco
- FMM – Fórum Maringaense de Mulheres
- FNRU – Fórum Nacional de Reforma Urbana
- Fórum Alagoano de Economia Solidária
- Fórum da Amazônia Oriental
- IBASE – Instituto Brasileiro de Análises Sociais e Econômicas
- IJF – Instituto Justiça Fiscal
- INESC – Instituto de Estudos Socioeconômicos
- Instituto Alziras
- Instituto Soma Brasil
- Instituto Vidas Amazônicas – Gênero, Democracia e Justiça Socioambiental
- Iser Assessoria
- Jubileu Sul Brasil
- KOINONIA – Presença Ecumênica e Serviço
- LabdadosBrasil
- Levante Popular da Juventude
- Marcha Mundial das Mulheres
- MNCP-PE – Movimento Nacional das Cidadãs Posithivas – Pernambuco
- MNDH – Movimento Nacional de Direitos Humanos
- MNU – Movimento Negro Unificado
- Movimento Brasil Popular
- Movimento Vaitegorda
- MST – Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra
- MTST – Movimento dos Trabalhadores Sem Teto
- N’ZINGA – Coletivo de Mulheres Negras de Minas Gerais
- ONG Taramela ATAC
- OXFAM – Oxfam Brasil
- Panela de Expressão – Etnogastronomia, Gênero e Comunicação
- Partido Comunista Brasileiro – Célula de Maringá/PR
- Pastoral da Juventude Rural
- Pastoral dos Grupos de Família
- Plataforma dos Movimentos Sociais por Outro Sistema Político
- Processo de Articulação e Diálogo entre Agências Ecumênicas Europeias e Parceiros Brasileiros
- PSOL – Partido Socialismo e Liberdade
- PSOL-AL – PSOL Alagoas
- PSOL – PSOL Maringá/PR
- PÚBLICA – Central do Servidor
- Rede Brasil Afroempreendedor
- Rede da Agricultura Familiar
- Rede de Desenvolvimento Humano
- Rede Feminista de Saúde
- Rede Quilombação
- REDE SAPATÀ – Rede Nacional da Promoção e Controle Social da Saúde, Cultura e Direitos LGBTs Negras
- Resistência PSOL
- Resistência/PSOL – Rio das Ostras/RJ
- SASEAL – Sindicato dos Assistentes Sociais do Estado de Alagoas
- SEB – Sindicato dos Engenheiros da Bahia
- Sempreviva Organização Feminista
- SINDAEN – Sindicato dos Trabalhadores no Saneamento
- SINSEP/MS – Sindicato dos Trabalhadores no Serviço Público Federal de Mato Grosso do Sul
- SOS CORPO – Instituto Feminista para a Democracia
- Terra de Direitos
- UBM – União Brasileira de Mulheres
- UNE – União Nacional dos Estudantes
- GRUPO CURUMIM
- Coletivo Popular Direito à Cidade – Porto Velho – Rondônia
- Sintracoop Maringá
