O líder do PL na Câmara dos Deputados, Sóstenes Cavalcante (RJ), elevou o tom contra o relator do projeto da anistia, deputado Paulinho da Força (Solidariedade-SP).
Em entrevista à jornalista Andréia Sadi, do g1, Sóstenes descartou qualquer possibilidade de substituir a anistia por uma mera redução de penas aos envolvidos nos atos golpistas de 8 de janeiro.
“Onde já se viu alguém da direita votar para reduzir pena? Quem reduz pena é a esquerda. Não aceitamos”, afirmou. O parlamentar foi ainda mais duro: “Ou aprova a anistia ou Paulinho pede para sair”.
Disputa após urgência aprovada
Na última quarta-feira (17), a Câmara aprovou o regime de urgência para a tramitação do projeto, acelerando sua análise. No dia seguinte, o presidente da Casa, Hugo Motta (Republicanos-PB), nomeou Paulinho da Força relator da proposta.
Desde então, Paulinho tem defendido que o texto não conceda anistia “ampla, geral e irrestrita”, como exige o núcleo bolsonarista, mas sim uma revisão das penas aplicadas aos condenados.
Bolsonaro fora do alcance da proposta
Paulinho deixou claro que a medida não deve incluir o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), mas apenas revisar as condenações dele e de outros envolvidos na tentativa de golpe de Estado após as eleições de 2022.
Essa posição irritou ainda mais a base bolsonarista, que insiste em anistia plena, mesmo diante da resistência do Supremo Tribunal Federal (STF), que já declarou inconstitucional o perdão geral.
Temer e STF entram em cena
Para tentar avançar com a proposta, Paulinho tem buscado apoio em diferentes frentes. Na quinta-feira (18), se reuniu com o ex-presidente Michel Temer (MDB), que chegou a interceder junto a ministros do STF, como Gilmar Mendes e Alexandre de Moraes.
O relator afirmou nesta sexta-feira (19) que pretende levar o texto à votação já na próxima quarta-feira (24).
